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    Publicado em 17 de Outubro às 17:20:52

    WEG (WEGE3) | Flash Note: Rali recente vai além da aquisição…

    A recente valorização das ações da WEG reacendeu questionamentos sobre o que de fato tem impulsionado o papel nos últimos pregões. Embora a empresa tenha anunciado a aquisição do controle da Tupinambá Energia — uma plataforma de recarga de veículos elétricos — o impacto financeiro desse movimento é bastante limitado diante do tamanho da companhia. Foram apenas R$ 38 milhões por 54% do capital, o que torna o negócio muito mais simbólico do que relevante em termos de resultados. Ainda assim, a transação reforça o posicionamento estratégico da WEG no ecossistema de mobilidade elétrica, ao integrar uma operação digital com mais de 370 mil usuários e cerca de 1,3 milhão de recargas realizadas, conectando o hardware de seus equipamentos à camada de software e dados de consumo.

    Na prática, o forte desempenho recente das ações parece estar muito mais ligado ao resultado divulgado pela ABB, concorrente global da WEG, do que à aquisição em si. O balanço da ABB mostrou crescimento de dois dígitos nos pedidos de eletrificação para data centers e um guidance otimista para os próximos cinco anos, impulsionado pela demanda estrutural ligada à inteligência artificial. Esse resultado reacendeu o otimismo com todo o setor de equipamentos elétricos e automação industrial, fazendo com que o mercado antecipasse um cenário favorável também para a WEG, que divulgará seu balanço do 3T25 na próxima semana. Além disso, o papel vinha negociando com desconto em relação aos pares internacionais — algo raro na história da companhia — e essa reprecificação recente reflete a recomposição parcial desse gap de valuation.

    Por fim, o pano de fundo macroeconômico também colabora para esse movimento. Há expectativa de avanço nas negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre as tarifas aplicadas a produtos industriais, o que reduziria parte do risco de custo e melhora o humor para empresas exportadoras e de manufatura global, como a WEG. Assim, o rali recente parece ser resultado da combinação entre um gatilho setorial positivo, expectativas por bons resultados e uma conjuntura externa mais favorável — com a aquisição da Tupinambá funcionando como um reforço estratégico de longo prazo, mas não como o principal motor de curto prazo para as ações.

    Do ponto de vista de valuation, a WEG ainda negocia com múltiplos abaixo dos seus pares internacionais, algo incomum na história recente da companhia. Enquanto a ABB, por exemplo, é precificada a cerca de 26,3x P/E projetado para os próximos 12 meses, hoje a WEG negocia em torno de 23x. Essa diferença reflete o movimento de correção que o papel sofreu ao longo do ano, mas também abre espaço para uma reprecificação gradual. Historicamente, a WEG sempre foi negociada com prêmio devido à sua consistência operacional, retorno elevado sobre o capital e perfil de crescimento previsível — portanto, novas aquisições, que ajudem a retomar a trajetória de crescimento, podem contribuir para o fechamento desse gap.

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