A BB Seguridade reportou resultados sólidos no mês de out/24, com um lucro líquido ex-corretora de R$ 501 milhões, refletindo uma expansão de +3,4% m/m e um forte avanço de +21,5% a/a. O bom desempenho no resultado m/m foi impulsionado principalmente pela vertical de seguros (+13,3% m/m) e de capitalização (+10,1% m/m), parcialmente compensados pela performance negativa da vertical de previdência (-12,3% m/m).
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) não divulga dados específicos sobre a vertical de corretagem, mas, de acordo com nossas estimativas, o lucro final do grupo seria de R$ 795 milhões (+1,8% m/m e +19,6% a/a), considerando os resultados da corretora. Projetamos um desempenho mais moderado para a corretora no mês, refletindo a redução nas vendas de produtos de previdência dos produtos de capitalização, que são reconhecidas no mesmo período. Com isso, estimamos um lucro líquido da corretora de R$ 294 milhões.
No mês, o destaque positivo foi a unidade de seguros, apresentando expansão de lucro de +13,3% m/m e +10,5% a/a, totalizando R$ 428 milhões. Observamos uma expansão de prêmios ganhos (+3,1% m/m) e uma melhora do desempenho operacional, com as despesas com sinistros apresentando uma redução de -3,3% m/m. Com isso, o índice de sinistralidade (com resseguro) atingiu 29,0% (-1,7 pp m/m e -4,9 pp a/a), que guiou a queda do índice combinado para 66,7% (-2,4pp m/m e –2,4pp a/a). O resultado financeiro também mostrou uma boa recuperação (+55,2% m/m).
Além do mais, o resultado financeiro da unidade de previdência provavelmente foi impactado positivamente pelo descasamento temporal entre IGP-M (indexador do passivo) e IPCA (indexador do ativo) nesse mês. Ainda assim, devido à forte base comparativa do mês passado, que contou com um efeito positivo de reversão de provisões complementares (PCC), o lucro da unidade apresentou queda de -12,3% m/m.
Lucro (ex-Corretora): Crescimento de +21,5% a/a
BB Seg (Seguros): Melhora no operacional e no financeiro
Em out/24, a vertical de seguros registrou um lucro líquido de R$ 428 milhões, representando uma boa expansão de +13,3% m/m e +10,5% a/a. O avanço do lucro na comparação mensal é fruto de um resultado financeiro robusto, que apresentou um crescimento de +55,2% m/m e +11,2% a/a, beneficiado pela elevação da SELIC no final de set/24. Além disso, o índice de sinistralidade da vertical está consideravelmente mais controlado quando comparado com out/23, marcando uma melhora de -4,9pp a/a.
Os prêmios emitidos (vendas) cresceram +15,2% a/a, mas retraíram -1,5% m/m, alcançando R$ 1,73 bilhão. O crescimento ficou aquém do observado no mercado, que avançou +18,3% a/a. Entre os destaques positivos, o seguro de vida registrou alta de +7,7% a/a, impulsionado por um sólido desempenho nas vendas novas, enquanto o segmento rural apresentou um expressivo crescimento de +28,9% a/a, refletindo a expansão do seguro vida produtor rural e do seguro penhor rural.
Além disso, o segmento prestamista cresceu apenas +1,2% a/a, desempenho aquém do mercado, que avançou +37,0%. Foi contabilizado um reajuste nos prêmios de cosseguro aceito no montante de R$ 27 milhões, impactando negativamente, mas desconsiderando esse efeito, o prêmio com este seguro teria crescido +11% a/a, ainda abaixo do mercado.
BB Prev (Previdência): Queda de lucro m/m, mas melhor resultado financeiro
Em outubro de 2024, o lucro líquido da unidade de previdência apresentou uma retração de -12,3% m/m, mas forte alta de +54,9% a/a, atingindo R$ 215,7 milhões.
A queda no mês deve-se a base comparativa mais forte com o efeito da reversão de provisões complementares (PCC) que ocorreu no mês de setembro, impulsionando o lucro no período anterior. Do lado positivo, o resultado financeiro da BrasilPrev superou as expectativas, com expansão de +121,4% m/m e +527,1% a/a, possivelmente beneficiado pelo descasamento temporal do IGP-M em relação ao IPCA.
BB Cap (Capitalização): Melhora de lucro m/m, mas desempenho ruim de arrecadação
A unidade de capitalização apresentou um lucro líquido de R$ 27m, aumento de +10,1% m/m e +5,5% a/a. Na comparação mensal, o lucro foi beneficiado por menores despesas com vendas (-5,8% m/m) e um melhor resultado financeiro, que expandiu +20,8% m/m.
No mês de outubro, a arrecadação registrou uma expansão de +6,1% a/a e queda de -4,3% m/m, ficando abaixo do mercado que cresceu +5,9% a/a. O avanço anual pode ser atribuído em razão da maior quantidade de títulos de pagamento único vencidos e do melhor ticket médio dos títulos de pagamento mensal.
Além disso, as reservas técnicas retraíram -1,0% m/m, enquanto o mercado ex-BB Seg cresceu 5,6% m/m.