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    Publicado em 05 de Maio às 23:00:52

    BB Seguridade (BBSE3) | Resultado 1T25: Seguro Rural Pressiona, Mas Resultado Financeiro e Guidance Apontam Retomada Gradual

    A BB Seguridade reportou um resultado levemente abaixo de nossas estimativas e do consenso de mercado, com um desvio de -4,5%. O lucro líquido recorrente totalizou R$ 2,0 bilhões, representando uma queda de -8,1% t/t e alta de +8,3% a/a. Apesar de acreditarmos que a companhia possa acelerar o crescimento ao longo do ano, encerrando 2025 com expansão de lucro próxima a 11% (em linha com o guidance), os dados operacionais do trimestre levantam alguns pontos de atenção.

    Os prêmios emitidos recuaram -5,9% a/a, abaixo do intervalo projetado pela companhia (guidance de +2% a +7%), enquanto as reservas cresceram apenas 8,7%, também aquém do intervalo previsto (guidance de +12% a +16%), refletindo uma captação líquida negativa de R$ 1,5 bilhão no 1T25.

    Na comparação anual, o crescimento do lucro foi sustentado pelo bom resultado financeiro das verticais BrasilSeg e BB Corretora, beneficiadas pelo cenário de juros elevados e por carteiras majoritariamente pós-fixadas. A BrasilPrev também contribuiu positivamente, ao apresentar uma normalização frente ao 1T24, quando havia sido negativamente impactada por descasamentos entre índices de inflação e marcação a mercado.

    A retração sequencial do lucro foi explicada, principalmente, pelo desempenho mais fraco da unidade de Seguros, pressionada pelo aumento da sinistralidade no segmento rural, após um segundo semestre de 2024 atipicamente positivo. A vertical foi o principal detrator do lucro no trimestre, com queda de -12,9% t/t, apesar de um crescimento de +8,7% a/a.

    O movimento foi impulsionado pelo expressivo aumento no índice de sinistralidade (com resseguro), que atingiu 32,65%, deteriorando 4,91 pp t/t. Esse impacto foi parcialmente compensado pelo forte resultado financeiro da unidade, que avançou +6,3% t/t e +39,7% a/a.

    Adicionalmente, a emissão de prêmios apresentou retração de -6,5% t/t e -5,9% a/a, com destaque negativo para o segmento rural no trimestre (-14,6% t/t) e o segmento agrícola na base anual (-40,1% a/a).

    BB Seguridade (BBSE3) | Resultado 1T25: Desempenho Arrefecido nas Unidades Resulta em Queda de Lucro t/t

    Acompanhamento do Guidance 2025: Apenas Resultado Operacional Dentro do Guidance no 1T25

    Valuation: Reiteramos COMPRA

    Apesar do resultado mais fraco no trimestre — marcado por retração nos prêmios de seguros e captação líquida negativa em previdência —, mantemos uma visão mais positiva para 2025. Projetamos um lucro líquido de R$ 9,0 bilhões (+11,0% a/a), sustentado principalmente pelo crescimento do resultado financeiro, favorecido pela manutenção da Selic em patamar elevado, o que beneficia as carteiras majoritariamente pós-fixadas das verticais de seguros, capitalização e corretora.

    Também esperamos uma retomada gradual no crescimento dos prêmios emitidos, com aceleração de 2,2% em 2024 para 4,5% em 2025, puxada pelo seguro prestamista, que tende a se beneficiar da recuperação do crédito consignado, e pelo seguro agrícola, impulsionado pela necessidade de crédito para o plantio quanto pela maior conscientização sobre riscos climáticos.

    Vemos a BB Seguridade como um ativo defensivo, negociando a 9,0x P/L 2025e, 8,1x P/L 2026e e com dividend yield estimado de 9,6% em 2025. A eventual renegociação dos contratos de distribuição com o Banco do Brasil pode atuar como um catalisador relevante, dado que muitos investidores ainda não perpetuam a empresa após 2033.

    Com isso, reiteramos nossa recomendação de COMPRA, com preço-alvo de R$ 50,00, o que implica um upside de 19,2% em relação ao último fechamento. Em um cenário de incerteza econômica, a combinação entre defensividade em ciclos de juros altos, dividendos consistentes e múltiplos atrativos torna a BB Seguridade uma alternativa sólida no setor de seguros.

    No entanto, diante de uma agenda mais clara de crescimento, mantemos Porto (PSSA3) como nossa preferência dentro do setor.

    Guidance 2025 | Simulação de Lucro: R$ 9,04 bilhões (+10,9% a/a)

    Com base no guidance divulgado pela BB Seguridade, estimamos um lucro implícito de R$ 9,04 bilhões em 2025, o que representa um crescimento de +10,9% a/a. Esse desempenho deverá ser impulsionado principalmente pelo resultado financeiro, beneficiado pela manutenção da Selic em patamar elevado, além de uma recuperação gradual nos prêmios emitidos pela unidade de seguros.

    BrasilSeg (Unidade de Seguros): Alta a/a Impulsionada pelo Resultado Financeiro e Menor Sinistralidade

    A unidade de Seguros registrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no 1T25, com queda de -12,4% t/t e alta de +8,7% a/a. O crescimento anual foi impulsionado pelo avanço do resultado financeiro (+39,7% a/a) e pela melhora na sinistralidade (-3,35 pp a/a).

    Na comparação trimestral, a retração reflete o ambiente mais desafiador para crescimento de prêmios e a normalização da sinistralidade no seguro rural, após trimestres com níveis atipicamente baixos. Esse impacto foi parcialmente compensado pelo bom desempenho do resultado financeiro, sustentado pela Selic elevada.

    Os prêmios emitidos caíram -6,5% t/t e -5,9% a/a, com destaque negativo para o seguro rural (-14,6% t/t). Na base anual, a pressão veio dos seguros prestamista (-21,8%), agrícola (-40,1%) e pelo fim do produto quebra de garantia de consórcio, que somou R$ 124 milhões no 1T24 e foi descontinuado por baixa rentabilidade.

    Por outro lado, houve crescimento nas linhas:

    • Vida Produtor Rural: +39,4% a/a
    • Habitacional: +10,6% a/a
    • Residencial: +13,6% a/a

    BrasilSeg (Seguradora): Queda nos Prêmios Emitidos

    Sinistralidade: Melhora a/a, mas com Pressão t/t

    O índice de sinistralidade (com resseguro) foi de 32,65%, com alta de +4,91 pp t/t e queda de -3,35 pp a/a. A piora sequencial foi puxada pelo seguro rural (+13,6 pp t/t), refletindo retorno à média histórica mais normalizada.

    Na base anual, houve melhora nos seguintes segmentos:

    • Vida: -0,4 p.p. a/a, com frequência de avisos abaixo do esperado, permitindo a reversão de provisões para sinistros ocorridos e não avisados.
    • Habitacional: -2,0 pp a/a, refletindo menor volume de sinistros e evolução dos prêmios retidos.
    • Residencial: -3,9 pp a/a, com menor volume de sinistros.
    • Empresarial/Massificados: -55,4 pp a/a, com destaque para a exclusão do produto de quebra de garantia a partir do 2T24.

    Brasil Prev (Unidade de Previdência): Reversão do Resultado Financeiro Negativo na Comparação Anual

    A unidade de Previdência reportou lucro líquido de R$ 355 milhões no 1T25, com leve queda de -3,0% t/t e alta expressiva de +16,3% a/a. O crescimento anual foi impulsionado principalmente pelo resultado financeiro, que ficou positivo em R$ 72 milhões, revertendo o prejuízo de -R$ 5 milhões no 1T24, quando houve impacto negativo do descasamento entre IPCA e IGP-M e da marcação a mercado dos ativos. Neste trimestre, a marcação contribuiu positivamente para a recuperação do resultado.

    As receitas com tarifas recuaram -3,4% t/t, mas cresceram +3,4% a/a, acompanhando a expansão das reservas de previdência na base anual e uma leve compressão na taxa de gestão. A retração trimestral refletiu uma arrecadação mais fraca combinada com aumento nos resgates, resultando em uma captação líquida negativa de -R$ 1,5 bilhão.

    A taxa média de gestão anualizada caiu 0,05 pp a/a, influenciada pela maior alocação em produtos conservadores, com redução da participação de fundos multimercados nas reservas.

    BrasilPrev (Previdência): Resultado Beneficiado por Fraca Base Comparativa

    BrasilCap (Unidade de Capitalização): Queda Significativa, Impactada pelo Resultado Financeiro

    A unidade de Capitalização reportou lucro líquidode R$ 54 milhões no 1T25, com retração de -22,6% t/t e -23,7% a/a, ficando 24,9% abaixo de nossas estimativas. O resultado foi pressionado principalmente pela forte queda do resultado financeiro (-32,0% t/t e -41,8% a/a), impactado por ajustes negativos em operações de hedge e pelo aumento do custo do passivo, refletindo a elevação da Taxa Referencial (TR).

    Por outro lado, o resultado operacional não decorrente de juros apresentou melhora expressiva, somando R$ 14 milhões, frente ao resultado negativo de -R$ 5,5 milhões no 1T24, impulsionado por redução nas despesas com comissionamento e despesas gerais e administrativas.

    A arrecadação com títulos de capitalização permaneceu praticamente estável na base anual, mas recuou -8,3% t/t. Ainda assim, a receita líquida com títulos mostrou resiliência, com estabilidade sequencial (-0,4% t/t) e leve alta de +2,7% a/a, beneficiada pela queda nas provisões para saques e pelo aumento das receitas com cota de carregamento (+7,7% a/a), favorecida pela maior participação de primeiras parcelas de títulos mensais, que possuem cota média superior.

    BrasilCap (Capitalização): Resultado Abaixo das Estimativas

    BB Corretora (Broker): Resultado Financeiro Impulsiona Alta Anual

    A BB Corretora reportou lucro líquido de R$ 849 milhões no 1T25, com leve queda de -1,0% t/t e crescimento de +7,1% a/a. A alta anual foi impulsionada pelo aumento das receitas de corretagem, pela melhora no resultado financeiro e pelo maior resultado da participação na Ciclic, que cresceu +290% a/a.

    As receitas de corretagem avançaram +4,1% a/a, com destaque para o crescimento nas receitas de corretagem de seguros, que compensaram a queda nas receitas dos negócios de previdência. Na comparação trimestral, as receitas permaneceram praticamente estáveis (-0,3% t/t).

    O resultado financeiro recuou -12,2% t/t, contribuindo para a leve retração do lucro na margem. No entanto, na base anual, a linha cresceu +38,3%, beneficiada pelo aumento do saldo médio de aplicações financeiras e pelo ambiente de juros elevados, que impulsionaram a expansão do resultado.

    BB Corretora: Leve Queda Trimestral no Lucro

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