A despeito de um resultado operacional longe do ideal, o desempenho do financeiro mais que compensou. Resta saber se a BB Seguridade (BB Seg) irá conseguir manter o ritmo em 2026. O lucro líquido recorrente de R$ 2,56 bilhões no 3T25 veio em linha com as nossas estimativas e 7,1% acima do consenso, representando alta de +14,4% t/t e +13,1% a/a. O bom desempenho foi sustentado, principalmente, por um resultado financeiro robusto, impulsionado pela maior taxa média da Selic, pela redução do custo do passivo na Brasilprev (deflação do IGP-M do passivo) e pela expansão de 6,5% do saldo médio das aplicações financeiras.
O resultado financeiro consolidado saltou 53,9% t/t e 55,2% a/a para R$ 714m, ou quase 28% de todo lucro da companhia. Não obstante, pelo segundo trimestre consecutivo, todas as quatro verticais da companhia apresentaram crescimento sequencial de lucro.
Na unidade de seguros (BrasilSeg), o destaque também foi o resultado financeiro que mais que compensou o fraco desempenho de crescimento de prêmios. O resultado financeiro cresceu 4,6% t/t e 51% a/a, atingindo R$ 325 milhões no trimestre. Já os prêmios emitidos recuaram -14,8% a/a, ficando abaixo do guidance (-4% a +1%). O lucro recorrente ficou em R$ 1,27 bilhões, alta de 1,1% t/t e 7,2% a/a.
O destaque do trimestre foi a Brasilprev, que registrou lucro líquido deR$ 709 milhões (+70,7% t/t; +19,1% a/a), 31,1% acimadas nossasestimativas, beneficiada pelo forte resultado financeiro, impulsionado pela deflação do IGP-M, que reduziu o custo do passivo. Do lado mais negativo, as reservas avançaram+9,1% a/a, em linha com o limite inferior do guidance (9% a 12%), impactadas pelo Decreto 12.499, que elevou o teto de isenção do IOF para R$ 300 mil anuais em 2025 e R$ 600 mil em 2026. Como consequência, a contribuição bruta caiu –18,9% a/a para R$ 13,3 bilhões, resultando em uma expansão do resgate líquido para -R$ 3,9 bilhões no trimestre.
A BB Corretora apresentou um bom desempenho, com lucro líquido de R$ 943 milhões (+6,7% t/t; +9,3% a/a), impulsionado pela expansão das receitas de corretagem e pelo forte resultado financeiro.
Apesar do crescimento de lucro estimado em torno de 12% para 2025, projetamos um ritmo mais moderado em 2026 (+2% a/a), refletindo a provável queda da Selic, o que tende a reduzir o resultado financeiro.
Valuation: Reiteramos COMPRA
Vemos BB Seguridade como um ativo defensivo em um ambiente de juros elevados, beneficiando-se de seu modelo de negócios resiliente e de uma geração de caixa consistente. A ação está negociando a múltiplos mais atrativos: 7,0x P/L 2025e, 6,8x P/L 2026e e um dividend yield estimado de 11,9% para 2025.
Apesar do sólido resultado no trimestre, desafios operacionais persistem. A companhia segue enfrentando dificuldades na expansão dos prêmios de seguros e captação líquida negativa em previdência, refletindo um ambiente mais desafiador do lado operacional. O resultado financeiro na Brasilprev foi impulsionado pela deflação no índice IGP-M do seu passivo, difícil de acontecer de forma recorrente nos próximos trimestres. Esses fatores devem se tornar mais evidentes em 2026, com a tendência de queda gradual da Selic, o que tende a reduzir a contribuição do resultado financeiro para o lucro consolidado. No entanto, acreditamos que a Selic média de 2026 deva ser bem próxima da de 2025. Portanto, o crescimento de lucro vai depender do desempenho operacional da Brasilseg e do financeiro da Brasilprev.
Adicionalmente, a possível renegociação dos contratos de distribuição com o Banco do Brasil pode representar um catalisador relevante, principalmente considerando que parte do mercado ainda não perpetua o modelo da companhia após 2033, data do termino do contrato de distribuição entre BB Seguridade e o Banco do Brasil. No entanto, reconhecemos que cada vez mais, essa pauta deve ficar para a próxima gestão do banco e da seguradora.
Por hora, reiteramos nossa recomendação de COMPRA, com preço-alvo de para R$ 45,00, o que representa um upside potencial de 35,4% em relação ao último fechamento.
Em termos relativos, seguimos com preferência por Porto (PSSA3) no setor, dada a maior visibilidade em iniciativas de crescimento orgânico e diversificação operacional.
BB Seguridade (BBSE3) | Resultado 3T25: Crescimento de Lucro em Todas as Verticais

Brasil Seg (Unidade de Seguros): Dinâmica de Prêmios Enfraquecida, mas Financeiro Sustenta Crescimento de Lucro
A Brasilseg reportou lucro líquido recorrente de R$ 1,27 bilhão no 3T25, alta de +1,1% t/t e +7,2% a/a, impulsionada principalmente pelo avanço do resultado financeiro que cresceu +4,6% t/t e +51,1% a/a.
Do lado operacional, os prêmios emitidos registraram forte queda de -14,8% a/a, ficando abaixo do intervalo do guidance (-4% a +1%), mas apresentaram alta de +18,3% t/t. A queda anual reflete o desempenho mais fraco do segmento agrícola (-57,1% a/a) e vida produtor rural (-14,6% a/a), impactados pelo menor volume de vendas e pelomaior número de cancelamentos.
Na base trimestral, porém, esses segmentos apresentaram recuperação parcial, com crescimento de +1,0% t/t no segmento agrícola +57,0% t/t vida produtor, acompanhando a liberação dos recursos do Plano Safra 2025/2026 a partir de julho. Além disso, destacaram-se positivamente na comparação trimestral os segmentos de vida (+10,9% t/t), com bom desempenho de vendas novas; penhor rural (+13,3% t/t), commaior ticket médio, redução do cancelamento ecrescimento no penhor de animais; e os seguros residencial e habitacional (+11,4% t/t).
Sinistralidade: Estável Sequencial e Melhora na Comparação Anual
O índice de sinistralidade (com resseguro) fechou o trimestre em 27,84%, apresentando uma estabilidade sequencial (-0,03 pp t/t), mas melhora de -2,09 pp a/a. A melhora anual foi explicada pela dinâmica dos seguintes segmentos:
- Prestamista (-5,1 pp a/a): menor frequência de avisos e ausência de efeitos não recorrentes do 3T24 (impactado pelo reprocessamento de R$ 42,3 milhões e provisão de excedente técnico de R$ 15,2 milhões).
- Vida (-4,0 pp a/a): redução da severidade e frequência de sinistros.
- Residencial (-5,9 pp): menor acionamento de assistências, após normalização dos efeitos das enchentes do Rio Grande do Sul em 2024.
Resultado Financeiro: Beneficiado por Selic Alta
O resultado financeiro da BrasilSeg totalizou R$ 325 milhões no 3T25, alta de +4,6% t/t e +51,1% a/a. O desempenho foi beneficiado pelo aumento da taxa média Selic, que favorece a carteira majoritariamente pós-fixada da unidade.
Brasil Seg | 3T25: Resultado Financeiro Impulsiona Lucro

Brasil Prev (Unidade de Previdência): Lucro Avança com Resultado Financeiro Forte, mas Captação Segue Pressionada
A unidade de Previdência reportou lucro líquido de R$ 709 milhões no 3T25, alta expressiva de +70,7% t/t e +19,1% a/a. O desempenho foi impulsionado principalmente pelo ótimo resultado financeiro, favorecido pelo efeito favorável da deflação do IGP-M sobre o custo do passivo.
BrasilPrev | Resultado Financeiro (R$ milhões): Alta Volatilidade Entre os Trimestres

Por outro lado, as contribuições brutas de previdência recuaram -18,9% a/a,apesar de alta de +36,0% na comparação trimestral, totalizando R$ 13,3 bilhões. O desempenho anual foi pressionado pelo impacto negativo refletindo os efeitos do Decreto 12.499, que impôs o teto da isenção para aportes anuais de até R$ 300 mil em 2025 e R$ 600 mil a partir de 2026. Somando-se ao aumento de +0,2 pp a/a no índice de resgate para 11,4% e expansão de +1,8 pp a/a no índice de portabilidade para 3,5%, a resgate líquida piorou, totalizando -R$ 3,89 bilhões em comparação com captação liquida de +R$ 2,57 bilhões.
BrasilPrev | Captação Líquida e Índice de Resgate (R$ milhões): Quarto Trimestre Consecutivo de Captação Líquida Negativa

As receitas com tarifas totalizaram R$ 1,0 bilhão no 3T25, avanço de +10,1% t/t e apenas +2,6% a/a, impulsionadas pelo maior volume médio de reservas e pela maior quantidade de dias úteis no período, mas negativamente impactadas por uma queda de –0,05 pp da taxa média de gestão anualizada.
Por fim, as reservas avançaram apenas+9,1% a/a, em linha com olimite inferior do guidance anual de crescimento entre 9% a 12%.
BrasilPrev (Previdência): Resultado Financeiro Impulsiona Lucro

BrasilCap (Unidade de Capitalização): Arrecadação Estável t/t, mas Financeiro Compensou
A unidade de Capitalização registrou lucro líquido de R$ 91 milhões no 3T25, alta de +24,1% t/t e +31,1% a/a, impulsionada pelo forte resultado financeiro, decorrente da expansão do saldo médio de ativos rentáveis e da melhora de 1,3 pp na margem financeira.
A arrecadação com títulos de capitalização avançou +5,4% a/a, mantendo-se estável t/t. O crescimento anual refletiu o maior volume de títulos de pagamento mensal vendidos e o incremento do ticket médio, especialmente nostítulos de pagamento único da modalidade tradicional. Como resultado, a receita líquida com títulos cresceu +5,6% a/a, beneficiada ainda pela elevação de 0,9 pp a/a na cota de carregamento média, favorecida pela maior participação de produtos com prazos mais longos.
BrasilCap (Capitalização): Financeiro Forte Impulsiona Lucro t/t e a/a

BB Corretora (Broker): Resultado Financeiro Puxa Lucro
A BB Corretora reportou lucro líquido de R$ 943 milhões no 3T25, com alta de +6,7% t/t e +9,3% a/a, em linha com nossas projeções. O resultado foi impulsionado pela expansão das receitas de corretagem (+5,0% t/t; +4,2% a/a) e pelo forte avanço do resultado financeiro (+22,5% t/t; +54,3% a/a).
O avanço nas receitas de corretagem refletiu principalmente o crescimento das receitas no segmento de previdência (+39,7% t/t), beneficiada pela base comparativa mais fraca do 2T25. Na comparação anual, destaca-se o avanço do segmento de seguros (+9,3% a/a), beneficiadas pelo reconhecimento de receitas diferidas sobre prêmios emitidos em períodos anteriores.
O resultado financeiro também apresentou forte avanço, favorecido pelo aumento do saldo médio de aplicações financeiras e pelo ambiente de juros elevados, que sustentaram a expansão das receitas financeiras.
BB Corretora: Forte Alta do Resultado Financeiro




