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    Publicado em 06 de Maio às 12:47:05

    Casas Bahia (BHIA3) | Prévia 1T24: Um longo caminho à frente!

    O Grupo Casas Bahia irá reportar as cifras do 1º trimestre na próxima quarta-feira (8/mai). Estamos adotando um tom mais pessimista do que o consenso de mercado, com um prejuízo 41% maior do que o compilado na Bloomberg. Acreditamos que a companhia deve consolidar mais um resultado fraco na visão a/a, contudo, em uma toada de recuperação na visão sequencial.

    Entendemos que o 1º trimestre de 2024 já não deve fazer mais preço do papel, com o mercado avaliando as perspectivas de menor custo de capital e despesas financeiras apresentado no plano de reperfilamento de dívidas.

    Esperamos ver uma queda de receita significativa da companhia, dado que a mudança do mix de vendas do grupo, deixando ‘de lado’ algumas categorias e retomando o foco em ser especialistas no que é core (Telefonia, eletrodomésticos, eletroportáteis, TVs e móveis).

    Acreditamos que essa mudança deve afetar o GMV da companhia até parte do 3º trimestre – quando o volume bruto de vendas começa a ficar comparável, dado o início do plano de reestruturação.

    Reiteramos a recomendação NEUTRA para o papel, com preço-alvo sob revisão. Esperaremos até a efetiva aprovação do plano para incorporar novas estimativas.

    GMV On-line deve cair quase 15% a/a

    Em relação ao GMV 1P on-line, entendemos que dois fatores devem impactar o volume de vendas no trimestre, dado a forte base comparativa ano a ano: (i) a troca do mix, com tombamento de 23 subcategorias que possuíam margem negativa para o 3P e o (ii) desinvestimento do canal B2B, onde o grupo vendia os seus produtos através de plataformas parceiras, bancos e empresas de fidelidade.

    Por quê desinvestir? Apesar de as vendas B2B ter se consolidado como avenida de crescimento muito importante para o on-line nos últimos 2 anos, movimentando cerca de R$ 4,7 bilhões de reais por ano (Est. Genial), nem todas as operações de vendas eram economicamente vantajosas − pensando em termos de lucro operacional para o grupo Casas Bahia.

    Com essas duas mudanças estratégicas, projetamos que o GMV 1P on-line caia em níveis parecidos com o reportado no 4º trimestre de 2023, estimado em R$ 2,3 bilhões (-24,1% a/a).

    Em relação ao GMV 3P, acreditamos que a tombamento de categorias 1P já comece a surtir resultados nesse trimestre. Com isso, mesmo diante de uma base de comparação de crescimento forte, projetamos que o volume bruto atinja R$ 1,5 bilhões (+5,0% a/a).

    Acreditamos que este é um crescimento orgânico para a companhia, uma vez que ela não precisou “promocionar” Take-rate para atrair mais sellers. Estimamos um fee estável em 12% no trimestre.

    Ao juntar as duas peças (1P on-line + 3P), projetamos que o GMV Digital caia 14,7% a/a, atingindo R$ 4,1 bilhões.

    GMV lojas físicas deve sofrer com maiores rupturas

    Com uma “munição” de crédito limitada (ainda sem o FIDC em execução) e 57 lojas a menos em seu portfólio (estruturas não rentáveis fechadas nos últimos trimestres), entendemos que lojas físicas devem desacelerar ainda mais nesse trimestre.

    Além do crédito limitado e redução na área de vendas, um terceiro fator deve entrar em campo nesse trimestre: ruptura de vendas. Na tentativa de equilibrar o capital de giro e fluxo de caixa, entendemos que a Casas Bahia pode ter sido demasiadamente agressiva na redução de estoques no último trimestre − e isto deve cobrar o seu preço nesse 1º trimestre de 2024.

    Com menos estoques, acreditamos que Casas Bahia deva apresentar um pouco de ruptura de vendas no início do trimestre. Projetamos o GMV de Lojas Físicas de R$ 5,4 bilhões (-11,2% a/a).

    Receita líquida deve consolidar mais um trimestre de retração

    Com o recuo das vendas no digital e também em lojas físicas, a receita líquida deve seguir pelo mesmo caminho. Estimamos que a receita líquida atinja R$ 6,2 bilhões (-15,4% a/a).

    Lucro bruto voltando aos níveis históricos – mas ainda há um longo caminho à frente

    Com o plano de transformação em andamento, entendemos que a análise de rentabilidade ficaria prejudicado na visão anual − dado o outro patamar de saúde financeira que a companhia vivia na época.

    Para essa prévia, destacamos a evolução da rentabilidade na visão sequencial. Com o fim do saldão de estoques, entendemos que a margem bruta do grupo Casas Bahia deve seguir caminhando para “normalidade”.

    Projetamos um lucro bruto de R$ 1,8 bilhão (-24,4% a/a; -12,7% t/t) e uma margem bruta de 28,7% (-340bps a/a; +110bps t/t).

    Margem EBITDA deve melhorar na visão sequencial, se aproximando dos 5%

    Com a perspectiva de retração de faturamento, entendemos que a companhia equalizou a sua estrutura de despesas à nova realidade. Com a recomposição da margem bruta e menor nível de despesas operacionais, estimamos que o grupo atinja um EBITDA aj. de R$ R$ 285 milhões (-57,7% a/a; +76,2% a/a) e uma margem EBITDA de 4,6% (-460bps a/a; +240bps t/t).

    Acreditamos que também veremos uma redução no montante de Outras Despesas operacionais. Essa foi uma linha que nos surpreendeu negativamente ao longo do 4º trimestre, mas que estimamos que seja reduzida em 77% para esse trimestre (Est. em -R$ 135 milhões).

    Ainda um trimestre de forte prejuízo

    Os efeitos de reperfilamento de dívida, que foram anunciado junto ao plano de Recuperação Extrajudicial no domingo (28/abr), devem vir ao longo do 2º semestre – após a aprovação do plano.

    Enquanto isso, “vida normal” para a companhia. Com um custo de dívida e uma alavancagem financeira alta (4,0x – visão IFRS 16 inc. arrendamento e exc. recebíveis), o resultado financeiro da companhia deve continuar sendo uma “dor de cabeça” para a companhia no 1º trimestre.

    Com um resultado financeiro negativo em R$ 700 milhões (Est. Genial), esperamos que a companhia apresente um prejuízo líquido de R$ 417 milhões (+40,3% a/a). A cifra deve ser uma evolução em relação ao prejuízo apresentado no 4º trimestre (-58,3% t/t), mas ainda longe de apresentar um break-even para a companhia.

    Tabela 1: Expectativa Genial para o Grupo Casas Bahia (R$ milhões; IFRS 16)

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