Após o encerramento do pregão dessa quinta-feira (04/mai), a Via reportou os seus números do 1º trimestre de 2023. Sem grandes surpresas, a dinâmica e resultado veio bem semelhante ao que comentamos em nossa prévia, na semana passada.
Rolagem de dívida. Junto com a apresentação do resultado, a Via anunciou a sua 9ª Emissão de Debênture no valor de R$ 1,12 bilhão, com validade de 2 anos e um spread de 4,10% do CDI. A companhia tinha um vencimento de R$ 1,7 bilhão no curto prazo e, com essa rolagem de R$ 1,1 bilhão, sobram apenas R$ 580 milhões a serem pagos em 2023.
Comentários sobre o trimestre
GMV de Lojas físicas continuou a crescer acima de duplo dígito a/a, ganhando penetração na receita bruta e, consequentemente, trazendo maior rentabilidade para o grupo. Em relação ao digital, ainda vemos um cenário desafiador para o mix de produtos 1P, que desacelera ano contra ano, porém +11,7% abaixo do Est. Genial.
Ainda sobre o digital, o GMV 3P apresenta uma forte inclinação, com recuperação de volume em meio ao evento Americanas. Diante de um aumento de take-rate, essa linha contribuiu fortemente na margem bruta da companhia nesse trimestre.
Como resultado de um mix mais favorável a rentabilidade, a Via reportou um lucro bruto de R$ 2,36 bilhões (+3,7% a/a; +1,5% vs. Genial Est.), com uma margem bruta de 32,1% (+134bps a/a).
Apesar de haver um aumento de despesas fixas, dada o ramp-up de lojas abertas nos últimos 12 meses, o carrego positivo da margem bruta mais do que neutralizou as despesas. Com isso, a Via reportou um EBITDA aj. de R$ 675 milhões (+0,3% a/a; +2,0% fvs. Genial Est.) e uma margem operacional de 9,2% (+10bps a/a).
Como já comentado anteriormente em nossa prévia, a carteira de crédito caiu na visão sequencial, de R$ 5,5 bilhões para R$ 5,4 bilhões. Como resultado de uma menor originação e impacto positivamente pelo Bolsa Família, o PDD e o Over 90 também recuaram t/t, mesmo em um trimestre sazonalmente forte para inadimplência.
Operacionalmente, a Via tem feito um ótimo trabalho para amarrar as pontas e aumentar rentabilidade dentro de casa, porém, não tem como não fugir do impacto de uma taxa de juros a 13,75%. A companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 297 milhões (+29% vs. Genial Est.) e uma margem líquida de -4,0% (-430 bps a/a).