BRASILAGRO

    Ações > Agrícolas > BRASILAGRO > Relatório > BrasilAgro (AGRO3) | Prévia do 2T24AF: Cenário desanimador…

    Publicado em 05 de Fevereiro às 18:52:47

    BrasilAgro (AGRO3) | Prévia do 2T24AF: Cenário desanimador…

    Pontos de destaque:

    (i) Esperamos um top-line fraco, com recuo relevante na base anual, e uma margem EBITDA bastante comprimida; (ii) Commodities agrícolas em queda devem seguir prejudicando a companhia; (iii) Ainda há espaço para venda de terras agrícolas, mas preços já cederam; (iv) Projetamos um dividend yield na faixa de ~5% para 2024AF; (v) Reiteramos recomendação de MANTER, com um corte no Target Price 12M para R$ 27,50 (vs. R$28,00 em nossa recomendação anterior).

    A BrasilAgro vai reportar o seu resultado do 2T24AF no dia 07/02, pós fechamento de mercado. Neste relatório, iremos apresentar as nossas expectativas para os números da companhia. Acreditamos que a BrasilAgro reportará um trimestre mais fraco, com recuo de receita na base anual, refletindo uma queda na área plantada e uma produtividade mais baixa da terra. Seguindo essa dinâmica de resultados em desaceleração, esperamos uma relevante compressão na margem EBITDA em virtude dos preços mais baixos de commodities agrícolas, como da soja e do milho.

    Sem catalizadores de alta no curto prazo, reiteramos nossa recomendação de MANTER com um corte no Target Price 12M de R$ 27,50 (vs. R$28,00 em nossa recomendação anterior), após atualizarmos nosso modelo com a menor perspectiva de geração de caixa, através de perspectivas ainda debilitadas para milho e soja, considerando que o processo de recuperação de preços observado no final e 2023 não teve vida longa.

    Prévia 2T24AF

    No 2T24AF, esperamos uma receita total de R$131m, um forte recuo de -51,8% a/a. Projetamos um EBITDA de R$4,1m, retração de -82,8% a/a. Isso deve representar uma relevante compressão de -5,6 p.p. na margem EBITDA, a qual deve alcançar, dessa forma, 3,1%. Estimamos ainda um prejuízo de -R$25m.

    BrasilAgro: Variação Anual e Trimestral

    Ventos desfavoráveis prejudicando os resultados. Uma série de ventos desfavoráveis devem ter prejudicado o trimestre, como (i) regiões com produtividades afetadas, em especial, o Mato Grosso (MT); (ii) preços das commodities soja e milho em contínua tendência de queda; (iii) desoneração de combustíveis ao final de 2022 e começo de 2023, que impactou negativamente a curva de preço do etanol, e inviabilizou melhores margens no segmento de cana de açúcar.

    Posição de hedge menor que a do ano passado. A BrasilAgro se encontra, atualmente, menos hedgeada do que no ano passado. Nesse mesmo período, no último ano-safra, a companhia estava com um hedge de ~65% na soja, ~23% do milho e ~60% do algodão. Atualmente, a companhia se encontra com ~48% da soja hedgeada, ~10% do milho e ~43% do algodão. Nota-se ainda que a BrasilAgro só se encontra nesse nível de hedge, por ter aproveitado o final de 23 para aplicar as travas, justamente no período que os preços aumentaram.

    Oportunidades de venda ainda existem, mas preços já cederam. Vemos espaço para novas vendas de fazenda da BrasilAgro, em especial na Bahia e no Paraguai, porém o mercado imobiliário de terras agrícolas já não tem mais negociado a preços tão elevados como nos últimos anos. Acreditamos que a companhia deve vender entre R$150-200m de terras no ano safra 23/24, o que deve se traduzir em um dividend yield de ~5%. Do lado positivo, esperamos que surjam oportunidades interessantes para a BrasilAgro. Nos próximos trimestres, esperamos que a companhia possa intensificar a compra de terras agrícolas, considerando preços mais atrativos e melhores condições de leasing, respeitando a tendência do modelo mais asset light adotado pelas companhias do setor.

    Nossa visão e recomendação

    Tendência de queda nas commodities deve prejudicar a companhia. Para os próximos trimestres, seguimos pessimistas, considerando que mesmo a redução da área plantada que está sendo realizado tanto pela BrasilAgro como por outros produtores, não está surgindo efeito significativo para elevação de preços, contrariando a nossa percepção ao final do ano passado. Ainda que possamos ver um pequeno repique de preço da soja até final do ano, como efeito de delay sobre essa situação em relação a redução de área plantada no Brasil, acreditamos que melhores condições de precificação ainda estão dependendo do que ocorrer com a safra dos EUA e Argentina. Enquanto as commodities permanecerem em tendência de queda, esperamos que as margens da BrasilAgro sigam apertadas.

    Cenário desanimador… Em nossa visão, os preços de commodities em baixa devem contribuir para uma redução no preço de venda de fazendas, prejudicando também o desempenho do segmento imobiliário da companhia. Vale notar, no entanto, como previamente mencionado, isso pode trazer novas boas oportunidades de compra de terras agrícolas. Seguimos conservadores com os papéis da BrasilAgro, e reiteramos nossa recomendação de MANTER com Target Price 12M de R$27,50 (vs. R$28,00 em nossa recomendação anterior), o que configura um upside de +13,78%.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir