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    Publicado em 06 de Maio às 08:09:12

    BrasilAgro (AGRO3) | Prévia do 3T24AF: Sem perspectivas de melhora…

    Pontos de destaque:

    (i) Projetamos uma receita fraca, com forte retração na base anual, e uma margem EBITDA bastante apertada; (ii) Soja e milho em queda devem prejudicar o resultado e seguir impactar negativamente a companhia; (iii) Algodão deve ajudar a compensar parcialmente o desempenho mais fraco da soja e do milho; (iv) Ainda há um pouco de liquidez para venda de terras agrícolas (v) Melhores preços de arrendamento já surgiram, e preços de terras devem seguir, cedendo e abrindo novas oportunidades para aquisições; (vi) Estimamos um dividend yield 24E na faixa de ~5% para o ano fiscal; (vii) Reiteramos recomendação de MANTER, com um Target Price 12M de R$27,50.

    A BrasilAgro irá reportar o seu resultado do 3T24AF no dia 08 de maio, após o fechamento de mercado. Neste relatório iremos apresentar as nossas expectativas para os números da companhia.

    Esperamos que a BrasilAgro reporte um trimestre fraco, com recuo relevante de receita na base anual, refletindo uma produtividade mais baixa da terra, em especial, da soja. Baseado em uma dinâmica operacional fraca e em desaceleração, projetamos ainda uma compressão forte da margem EBITDA, devido a preços menores de commodities agrícolas, como do milho e da soja.

    Em nossa visão, não há triggers de curto prazo, uma vez que não vemos espaço para repiques nos preços da soja e do milho. Acreditamos que as oportunidades de venda de terras devem ser cada vez mais escassas. Embora estejamos otimistas com a cultura do algodão, não acreditamos que ela seja suficiente para compensar o desempenho fraco das demais commodities. Assim, reiteramos nossa recomendação de MANTER com um Target Price 12M de R$ 27,50.

    Prévia 3T24AF

    No 3T24AF, projetamos uma receita total de R$119m, uma relevante retração de -37,6% a/a. Estimamos um EBITDA de R$4,5m, forte recuo de -89,8% a/a, equivalente a uma relevante compressão de -19,4p.p. na margem EBITDA, a qual deve alcançar, assim, 3,8%. Projetamos ainda um prejuízo de -R$23m.

    BrasilAgro: Variação Anual e Trimestral

    A conjuntura desfavorável persiste, prejudicando o consolidado. Um conjunto de fatores prejudiciais devem causar um impacto negativo no trimestre. Enumeramos os seguintes pontos: (i) clima desfavorável que prejudicou a maioria das culturas, com exceção do algodão; (ii) baixos preços da soja e do milho no mercado, prejudicando fortemente as margens de ambas as culturas; (iii) problemas de produtividade com a soja e o feijão em fazendas brasileiras; (iv) produtividade muito baixa no Paraguai, que sofreu com fatores climáticos prejudiciais.

    Espaço para repiques de preço na soja e no milho parecem limitados. Olhando para frente, não enxergamos fundamentos suficientes para eventuais aumentos nos preços da soja e do milho. Assim, esperamos que a companhia siga sofrendo com margens bastante comprimidas, ainda que na safra 24/24 possamos ver uma pequena recuperação devido a custos menores e ao câmbio, que devem ajudar tanto a soja quanto o algodão (uma vez que milho é destinado, majoritariamente, ao mercado interno).

    Do lado positivo, seguimos otimistas com o algodão. Embora estejamos com viés baixista para a soja e o milho, seguimos otimista com os preços do algodão devido a  (i) demanda resiliente de produtos têxteis nos EUA; (ii) taxa de operação da indústria na Ásia acima da média histórica e (iii) um nível elevado de importações de algodão por parte da China. Enxergamos também um upside risk para o algodão caso o Texas, principal estado produtor desta commodity nos EUA, tenha perda de produção ou até mesmo abandono de área devido a passagem do La Niña pela região (que costuma contribuir para dificuldades climáticas, como altas temperaturas e períodos de seca).

    No entanto, não esperamos que o bom desempenho operacional do algodão, marcado por margens fortes devido a preços melhores, seja suficiente para compensar o fraco desempenho das culturas da soja e do milho.

    Nossa visão e recomendação

    Queda nas commodities deve seguir prejudicando a companhia. Para os próximos trimestres, continuamos pessimistas, uma vez que não vemos espaço para repiques nos preços da soja e do milho, e que, ainda que o algodão siga com um bom desempenho, devido aos seus preços melhores, este não deve ser suficientemente forte para compensar o desempenho fraco das demais culturas. À medida que os preços das commodities agrícolas sigam em tendência de queda, projetamos que as margens da BrasilAgro permaneçam pressionadas.

    Ainda há alguma liquidez para a venda de terras, mas a companhia deve entrar em um momento comprador. Mesmo constatando que ainda haja uma certa liquidez para a venda de terras agrícolas, a companhia deve  se movimentar gradualmente em direção a um momento comprador. Acreditamos nesse viés uma vez que a margens apertadas devem tirar “oxigênio” dos produtores menores, o que cria base para a necessidade de negociação de terras para levantar recursos, seja por meio de arrendamento ou mesmo da venda.

    Do lado da Brasil Agro, acreditamos que boas oportunidades de aquisição de terras podem surgir dentro dos próximos meses. Já estamos vendo esse movimento com maior clareza ao olharmos para os arrendamentos. Ao que os dados de mercado, bem como nossas conversas com os produtores indicam, é que os preços estão ficando mais atraentes para o lado comprador, com as negociações voltando a serem ancoradas pela quantidade de sacas da área produtiva do terreno e não pelo valor fixado que o produtor tinha em mente. Sabemos que até pouco tempo atrás, as ofertas de terras que a Brasil Agro recebia estavam desancoradas em relação as sacas e essa tendência parece estar se revertendo, o que é positivo para  a companhia.

    Sem perspectivas de melhora… Acreditamos que os preços de commodities agrícolas em baixa contribuirão, eventualmente, para uma redução nos preços de venda de fazendas ou no números de negócios fechados para a venda, afetando o desempenho do segmento imobiliário da companhia. Porém, como mencionado anteriormente, novas boas oportunidades de aquisição de terras agrícolas devem surgir, assim como já vemos melhores condições e preços de arrendamento aparecendo, o que pode beneficiar a companhia no médio-longo prazo. Continuamos conservadores com as ações da BrasilAgro, e reiteramos nossa recomendação de MANTER com Target Price 12M de R$27,50.

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