Impulsionada por preços de commodities favoráveis durante o 2T22, a BrasilAgro reportou bons resultados no trimestre. A companhia se aproveitou do cenário favorável e realizou a venda de 85% de seu volume de soja – normalmente, algo por volta de 60% é esperado durante o período em questão. Além de contar com a boa performance operacional, a empresa vendeu duas fazendas por mais de R$ 700 milhões no total, e também avançou seu portfólio de terras com 2 novos arrendamentos, sinal de que a empresa continua com sua estratégia de reciclagem de portfólio. Enxergamos potencial de maior valorização para os próximos 12 meses e seguimos com a nossa recomendação de COMPRAR para as ações AGRO3, com preço-alvo R$ 40,00.
Analisando a receita da companhia, vimos nesse trimestre um forte aumento em relação ao mesmo período no ano passado de mais de 50%, chegando a R$ 351 milhões, o que foi 14,2% acima da nossa estimativa. Mesmo com pressões inflacionárias que poderiam ter afetado a demanda pelos produtos, a companhia aproveitou o bom momento dos preços das commodities (principalmente soja, que contou por 64% das vendas totais da BrasilAgro) para atingir ótimos números. Quanto ao EBITDA, é importante ressaltar que a comparação a/a do indicador está distorcida, dado que no 4T21 a companhia vendeu uma propriedade por pouco mais de R$ 70 milhões, e portanto agregou muito ao EBITDA divulgado no trimestre. Mesmo assim, o EBITDA do 4T22 foi reduzido por apenas -6,2% a/a, atingindo um total de R$ 121 milhões e superando a nossa estimativa de R$ 105 milhões por 15,2%. A companhia também avançou o seu portfólio de terras com novos arrendamentos concluídos durante o período em questão, somando um total de 275 mil hectáres distribuídos em 6 estados no Brasil, no Paraguai e na Bolívia. Enxergamos isso como positivo pois seu plano de expansão vem se concretizando e a empresa segue priorizando expansão e distribuição de lucros através de dividendos – esperamos que ela mantenha um Dividend Yield de 6,3% para 2022.
