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    Publicado em 09 de Novembro às 20:32:10

    BRF (BRFS3) | Resultado 3T22: Recuperação lenta

    Diante de um cenário de pressões de custos persistentes além de um ambiente competitivo mais forte no Brasil, a recuperação de margens e de rentabilidade da BRF vem sendo devagar. A receita da companhia vem 50% do segmento no Brasil, e a alta dependência no país segue impactando negativamente seus resultados, com a renda média da população ainda em patamares de mínimas históricas e alta inflação de alimentos no país. Os preços das commodities milho e soja, que são os principais custos da companhia, tiveram algumas quedas e arrefeceram quando comparados às máximas de 2020/2021, porém esse preços ainda seguem em patamares estruturalmente elevados quando comparamos com a média histórica deles. Com um nível de alavancagem (dívida líquida/EBITDA) em 3,3x, o que consideramos alto e um cenário que deve demorar para melhorar, pensamos que o processo de recuperação da BRF possa ser mais longo do que o esperado. Ainda assim, a empresa está bastante descontada em questão de valuation, com o seu EV/EBITDA para 2023E em cerca de 4x, abaixo de sua média histórica e de outras empresas do setor. Seguimos com nossa recomendação de MANTER para a BRF, com preço-alvo de R$ 15,00.

    Observando os números do 3T22, fica evidente o porque não alteramos nossa tese: os números foram bastante em linha com as estimativas do mercado (assim como as nossas). Por conta de melhores volumes principalmente vindo de exportações diretas, a BRF conseguiu avançar sua receita para R$ 14 bilhões no trimestre, representando um aumento de 13,4% em relação ao 3T21 e em linhha com a nossa estimativa de R$ 14,2 bilhões. Já o EBITDA ficou um pouco abaixo da nossa expectativa, totalizando R$ 1,4 bilhão no trimestre e sem variação quando comparado tanto com o mesmo período do ano passado como quanto como o trimestre anterior, o que significa que a empresa está com dificuldades para melhorar o seu potencial de geração de caixa. A surpresa negativa veio no bottom-line (última linha do resultado), onde vimos um prejuízo de R$ 137 milhões. Apesar de representar uma melhora de R$ 134 milhões quando comparado ao prejuízo de R$ 271 milhões do 3T21, ainda foi bastante abaixo do lucro de R$ 12 que esperávamos, e mais baixo ainda do que a expectativa de mercado, de R$ 57 milhões. Isso veio muito por conta de despesas financeiras elevadas, mas ainda assim enxergamos como outro sinal de cautela para a tese de BRF. Seguimos conservadores com as ações da BRFS3.

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