No dia 10/08, a Minerva (BEEF3) e a BRF (BRFS3) divulgam seus resultados do 2T22, e preparamos esse relatório com as nossas expectativas para cada empresa. Ambas estão em um momento mais positivo dentro do ramo de proteínas, dado o cenário de oferta e demanda no Brasil e no mercado internacional, tanto para carne bovina quanto para carne de frango, carne suína e processados. Todavia, mantemos as nossas recomendações para cada empresa inalteradas, sendo COMPRAR para a BEEF3 e MANTER para a BRFS3.
Minerva
Seguimos com nossa tese otimista com a Minerva. Para o trimestre, esperamos ver um aumento de 20% a/a de receita líquida, fruto de fortes números de exportações que persistem no mercado, principalmente para a China. Esperamos que a divisão Brasil (responsável por cerca de 50% da receita total) tenha performance elevada por conta desse cenário. Com uma melhor disponibilidade de gado no país vimos o preço do animal arrefecer no trimestre, o que é positivo para a empresa pois a compra de gado é o seu principal custo, e agora está mais barato. Com isso, enxergamos uma margem EBITDA de 8,9%, expansão de 1,1 p.p. em relação ao mesmo trimestre no ano passado, e de 0,9 p.p. em relação ao trimestre anterior. Quanto ao lucro, também esperamos ver crescimento, de 38% a/a e atingindo R$ 161 milhões. A dinâmica de oferta no Paraguai também deve beneficiar a empresa, pois o cenário está positivo e a Minerva possui cerca de 20% de sua capacidade de produção total no país.
Nossas projeções estão parecidas com as expectativas do mercado, conforme a tabela no início do relatório, embora estamos um pouco mais otimistas. O resultado (que para nós, virá muito bom) mostra a boa capacidade de execução da empresa além do bom momento que ela está vivendo por fatores externos. Contudo, pensamos que não será nada que vai surpreender o mercado, e portanto no curto prazo será difícil ver um forte aumento no preço da ação, mas, seguimos otimistas com as ações da BEEF3 para o prazo de 1 ano e enxergamos ótimo potencial de crescimento.
BRF
A BRF também está se aproveitando de um cenário mais benéfico em relação ao que foi 2020 e 2021 para a companhia. Esperamos que a receita líquida da companhia cresça em 16% em relação ao mesmo período no ano passado, chegando a R$ 13,5 bilhões e acima da expectativa do mercado, o que será o resultado de maior volume de vendas no Brasil e uma forte demanda no mercado internacional, impulsionada pelo choque de oferta na guerra da Ucrânia x Rússia e pela gripe aviária nos EUA. Quanto ao EBITDA no 2T22, esperamos que ainda seja -10% abaixo do 2T21, porém isso demonstra um forte avanço sequencial, o que mostra maior potencial de recuperação ao longo do ano para a BRF. Estamos em linha com o mercado e portanto também acreditamos que o resultado terá pouco impacto no preço da ação. Apesar da esperada melhora nos números da BRF, seguimos com uma recomendação mais conservadora para a empresa, pois preferimos esperar para ver os próximos resultados antes de se posicionar com maior otimismo.