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    Publicado em 10 de Novembro às 10:39:12

    Carrefour (CRFB3) | 3T21: Impactado pelo Macro, Carrefour divulga queda de lucro

    Segue o baile!

    Após divulgar a prévia operacional, o Carrefour divulgou seus resultados do 3T21 sem nenhuma surpresa adicional. Como destacamos no relatório de prévia (Clique aqui), o grande vencedor foi o Atacadão. Demonstrando a resiliência do canal, mesmo em cima de uma base comparativa bem desafiadora (+25,8% de LfL no 3T20), o Atacadão atingiu a marca de R$ 15,5 bilhões em vendas, implicando em um crescimento de 14,3% a/a e +2,7% a/a de ‘vendas mesmas lojas’ (LfL). A performance do Banco Carrefour surpreendeu positivamente, seguindo seu movimento de recuperação em todas as frentes, totalizando um faturamento de R$ 12,3 bilhões (+25,9% a/a). Esse desempenho foi impulsionado pela aceleração do crescimento no cartão de crédito Atacadão, que cresceu 41,6%, beneficiado pela forte dinâmica do segmento.

    O destaque negativo ficou para a divisão de varejo. Com a inflação alimentar em patamares bem elevados, já era de se esperar que a divisão entregaria resultados pressionados. Atingindo R$ 5,3 bilhões de vendas totais, o segmento apresentou uma queda de 8% a/a e 13,3% sem considerar os postos de gasolina. O maior impacto ficou para o segmento não alimentar, que enfrentando uma base muito desafiadora, apresentou uma queda LfL de 29,3% a/a.

    Ao combinarmos as operações, observamos um crescimento na receita de 9% a/a e se considerarmos os últimos dois anos, um aumento de 37% no faturamento bruto com ganhos de market share. O EBITDA ajustado de R$ 1.484 bilhões nos surpreendeu ligeiramente, com ganhos de 0,2 p.p de margem. Isso resultou do desempenho acima do esperado das novas lojas do Atacadão com a contínua tendência de melhora do Banco Carrefour, comprovando a resiliência do ecossistema. Por último, chegamos no lucro líquido de R$ 638 milhões, implicando em um queda de 7,1% a/a, impactado principalmente pelo cenário macro adverso, resultando no aumento das despesas financeiras com o aumento dos juros.

    Atacadão: A Galinha de Ovos de Ouros

    Com 36% de market share no atacarejo brasileiro e representando 75% do faturamento do grupo neste trimestre, o Atacadão se tornou o motor de expansão do grupo nos últimos anos. Como já comentado, enxergamos o atacarejo como o grande vencedor no varejo alimentar. Com a inflação alimentar atingindo 14,7% em setembro, impactando o poder de compra dos consumidores, o formato se torna cada vez mais atrativo. Mesmo com a forte base comparativa (+25,8% a/a no 3T20 de LfL), o Atacadão manteve seu ritmo expansionista com o crescimento de 14,3% a/a e +2,7% a/a de LfL, resultado impulsionado pela integração das 29 lojas Makro antes do esperado, além das 7 lojas abertas organicamente. Ao traduzirmos isso no operacional, apenas nos últimos 2 anos, o EBITDA ajustado da companhia apresentou um crescimento de 68,7% com ganhos de 0,9 p.p de margem, demonstrando a força do modelo.

    Pontos Positivos

    • Atacadão. Maturação mais rápida do que o esperado nas lojas novas impulsionando vendas e confirmando a excelente integração de M&A.
    • Banco Carrefour: Receita confirmando a forte tendência do último trimestre: R$ 854 milhões (+37,7% a/a), com o consumo off-us expandindo 30,7%.
    • Retomada. Volta gradual do público B2B e a contínua migração do consumidor às lojas, resultaram em ganhos de market share.
    • Marcas exclusivas. Investindo cada vez mais em marcas exclusivas, o Carrefour atingiu no 3T21 uma penetração de 18%, resultando em um sortimento alimentar de 3125 SKUs (+26% a/a). A oferta de produtos exclusivos se torna uma maneira eficaz de repasse de preços ao consumidor em cenário de inflação alta.
    • Digital. Contínua expansão do E-Commerce. O GMV total atingiu R$ 733 milhões no 3T21, implicando em um crescimento de 113%.

    Pontos Negativos

    • Cenário adverso. Inflação em patamares elevados, impactando no poder de compra dos consumidores. Entretanto, vale ressaltar que o atacarejo pode ser beneficiado pela possível mudança de canal.   
    • Restrições do lockdownImpacto nas vendas com a restrição imposta pelo lockdown, afetando principalmente públicos importantes para o Carrefour, como transformadores (bares e restaurantes) e utilizadores (hotéis, escolas, igrejas, etc), que permaneciam com fortes restrições em suas atividades.
    • Exposição ao multivarejo: Divisão de varejo apresentou o pior resultado no trimestre. O destaque negativo ficou para a venda de produtos não alimentares que, enfrentando uma base muito desafiadora, apresentaram uma queda de -29,3% de ‘vendas mesmas lojas’.
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    Leitura Dinâmica

    Recomendações

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