O que aconteceu?
O Carrefour anunciou a venda de oito lojas da bandeira Nacional, localizadas em Curitiba, para as redes Muffato (quatro unidades) e Festval (quatro unidades). Há algumas semanas, a companhia já havia assinado contratos para a venda de sete lojas da bandeira Bompreço, marcando o início de seu plano de desinvestimento das marcas regionais.
A bandeira Nacional conta com 47 lojas localizadas na região Sul e o Bompreço conta com 17 lojas no Nordeste. Considerando as duas redes, existem 64 lojas entre Nacional e Bompreço – e o Carrefour afirmou que planeja se desfazer todas elas. Excluindo os contratos já firmados para venda, restam 49 lojas a serem vendidas.
Nossa visão
A venda de ativos deficitários reforça o foco estratégico do Carrefour em fortalecer seus ativos mais rentáveis, simplificando suas operações e melhorando a eficiência financeira e operacional.
Apesar de não divulgar o valor da transação firmada ontem, a companhia informou que pretende levantar entre R$ 400 milhões e R$ 450 milhões com a venda da totalidade das lojas – em uma “conta de padaria”, cada loja poderia ser vendida em até R$ 7,2 milhões. Vale ressaltar que parte desse valor será usado para regularizar questões operacionais da venda, tal que o valor integral não será efetivamente traduzido em entrada de caixa.
Além da parcela caixa, entendemos que o desinvestimento nessas lojas também é positivo na visão operacional. As operações dessas bandeiras são deficitárias há anos, sendo detratoras do resultado operacional consolidado.
Juntas, as bandeiras consolidaram um faturamento bruto de R$ 1,5 bilhões nos últimos 12 meses – equivalente a apenas 1,3% das vendas brutas totais do grupo. As operações são deficitárias, com uma contribuição negativa de EBITDA (pós-IFRS) de -R$ 42 milhões nos últimos 12M – se considerarmos as despesas de aluguel, a contribuição das operações é negativa em -R$ 107 milhões para o EBITDA consolidado pré-IFRS.
Se o plano de desinvestimento for efetivamente concluído no horizonte esperado (1º semestre de 2025), nossas estimativas apontam para uma potencial elevação de 6% lucro consolidado projetado para 2025, além de favorecer a desalavancagem financeira da companhia.