A C&A irá reportar seu resultado do 3º trimestre de 2024 no dia 06/nov. Em nossas estimativas, a C&A deve novamente entregar o maior nível de crescimento de top line entre as empresas do setor sob nossa cobertura.
Em relação à rentabilidade, esperamos ganhos tanto na margem bruta (+315bps a/a Est. Genial), quanto EBITDA (+337bps a/a Est. Genial). Na margem bruta de mercadorias, entendemos que uso da precificação dinâmica, aliado a uma estratégia acertada e a redução da participação de eletrônicos no mix de vendas deve continuar guiando importantes avanços – que devem ser traduzidos em ganhos na margem operacional.
Com uma sólida performance operacional e despesas financeiras estáveis a/a, vemos espaço para mais um trimestre de bottom line positivo para C&A. Projetamos um lucro líquido de R$ 28 milhões (vs. prejuízo de -R$ 44 milhões no 3T23).
Frente (i) à contínua entrega de melhores resultados operacionais e (ii) ao plano estratégico bem delineado para continuar avançando nos próximos anos (confira mais aqui), mantemos uma perspectiva positiva para a companhia. Reiteramos nossa recomendação de COMPRA, com preço-alvo 12M de R$ 15,00.
Vertical de Mercadorias
Acreditamos que a C&A deve ser o destaque positivo de vestuário em termos de vendas – mantendo um ritmo de crescimento acima de seus pares do setor. Entendemos que isso é resultado das iniciativas que vem sendo implementadas para aumentar as vendas por metro quadrado (ajustes de sortimento de produtos e reorganização da estrutura visual das lojas com base na demanda das clientes), além de uma boa aceitação das coleções. Projetamos um crescimento de 13,8% a/a da receita de vestuário.
‘Fashiontronics & Beauty’ deve continuar sendo um detrator na vertical. Com o fechamento de ~128 quiosques de venda de eletrônicos no 1T24, ainda devemos observar uma queda acentuada do faturamento da categoria, porém, reduzindo em relação ao último trimestre (-6% a/a Est. Genial vs. -11% a/a no 2T24).
Apesar do efeito negativo vindo de eletrônicos, entendemos que novamente o sólido crescimento dos segmentos de Vestuário e Beleza mais do que compensará essa queda. Estimamos um faturamento líquido de Mercadorias de R$ 1,6b (+12,0% a/a), com um Same Store Sales (SSS) de +11,7% a/a.
Em relação à rentabilidade, entendemos que o uso da precificação dinâmica, aliado a uma estratégia acertada e uma boa aceitação das coleções, deve continuar gerando avanços na margem bruta de vestuário (+150bps a/a Est. Genial).
Pensando na margem bruta de Mercadorias (Vestuário + ‘Fashiontronics & Beauty‘), a redução da participação de eletrônicos no mix de vendas traz uma dinâmica ainda mais favorável, uma vez que ‘Fashiontronics’ tende a girar a uma margem inferior. Estimamos uma margem bruta de Mercadorias de 52,7% (+230bps a/a).
Serviços Financeiros
Na vertical de serviços financeiros, projetamos uma aceleração de +37% a/a do faturamento – a medida em que a companhia segue crescendo sua operação de crédito própria em relação ao ano passado.
Vale ressaltar que a companhia agora inicia outra estratégia para o C&A Pay – entendendo que a penetração do crédito próprio nas vendas atingiu um nível bom, ao invés de focar em uma maior originação, a companhia passa a priorizar o aumento da recorrência de compras das clientes que usam o cartão. Nesse cenário, acreditamos que a carteira de crédito não deve apresentar crescimento sequencial – avançando apenas na visão anual.
Acreditamos em melhores tendências na linha de perdas. A companhia tem observado uma a maior eficiência de cobrança do C&A Pay, melhorando a evolução do ‘envelhecimento’ da carteira, principalmente nas faixas acima de 180 dias. Entendemos que isso deve permitir uma redução do nível de provisionamento, uma vez que quando essas parcelas são pagas, saem da carteira e consequentemente não precisam ser provisionadas. Isso, aliado a uma melhor qualidade das novas safras (resultado do foco maior em recorrência e não originação), deve permitir uma redução de -4,7% a/a da linha de PDD, em nossas estimativas.
Com isso, acreditamos que o resultado da vertical deve ser positivo nesse trimestre, em R$ 4,2m (vs. -R$ 32,7m no 3T23) – contribuindo para o resultado consolidado.
Consolidado
Forte avanço no resultado operacional
Apesar de esperarmos um robusto crescimento de vendas, entendemos que maiores (i) investimentos em marketing e (ii) provisões de incentivos de curto e longo prazo, devem impedir uma diluição mais relevante das despesas operacionais.
Nesse cenário, entendemos que o avanço na margem bruta consolidada (+315bps a/a Est. Genial) deve ser traduzido em um importante ganho de rentabilidade operacional (+337bps a/a Est. Genial). Estimamos um EBITDA aj. consolidado de R$ 289m (+41,8% a/a), com uma margem de 16,6% (+337bps a/a).
Revertendo o prejuízo
A nossa expectativa é de uma dinâmica relativamente estável no resultado financeiro (-7% a/a Est. Genial), abrindo espaço para mais um trimestre de lucro líquido para a C&A. Projetamos um lucro líquido consolidado de R$ 28 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 44 milhões reportado no ano passado.
Tabela 1. Expectativa Genial Para C&A no 3T24 (IFRS 16; R$ milhões).