A C&A divulgou seu resultado do 3T23 nesta quinta-feira (09/nov). A performance da vertical de vestuário superou as expectativas, com aceleração do ritmo de crescimento e contínuos ganhos de rentabilidade provenientes de melhorias nos modelos de distribuição e precificação.
Análise do trimestre
A C&A reportou uma receita líquida consolidada de R$ 1,5b (+9,6% a/a; +3,3% vs. Est. Genial). A evolução do topline foi guiada pelo desempenho positivo na vertical de Mercadorias, que apresentou aceleração do ritmo de crescimento frente a uma performance mais positiva de vendas na categoria de vestuário.
O segmento de Mercadorias consolidou um faturamento líquido de R$ 1,4b (+8,7% a/a; +4,1% vs. Est. Genial), impulsionado pela performance da categoria de Vestuário (+12,6% a/a), compensando a retração da categoria de Fashiontronics & Beleza (-11,3% a/a) – que ainda sofre com uma demanda enfraquecida pelo cenário macroeconômico.
O desempenho de Vestuário surpreendeu positivamente, consolidando um faturamento líquido +6,0% acima de nossas expectativas. Entendemos que, frente a consumidores sensíveis a preço, a venda da coleção de primavera/verão, impulsionou o volume de vendas do trimestre, em função de um ticket mais baixo vs. coleção anterior.
Aliado a isso, a companhia destacou o crescimento de lojas em pontos de concentração de classes de renda mais altas. Nestas localidades, foram implementadas estratégias direcionadas com coleções específicas e ampliação do sortimento de categorias com faixas de preço mais altas, aumentando o valor percebido do produto e impulsionando a venda além de nossas estimativas.
Em serviços financeiros, a C&A reportou uma receita líquida de R$ 86,2m, consolidando uma aceleração de +17,4% em relação ao ano passado. Entendemos que o nível de crescimento apresentado foi guiado pelo aumento da operação do C&A Pay, que compensa a desaceleração da receita referente a parceria com o Bradescard.
Conforme nossas expectativas, a margem bruta consolidada foi novamente beneficiada pela evolução da precificação dinâmica e pelos contínuos ganhos de produtividade resultantes da implementação do modelo de distribuição Push&Pull. Ainda assim, a rentabilidade surpreendeu positivamente, evidenciando os benefícios da otimização que vem sendo implementada pela companhia. A margem bruta consolidada chegou à 51,7% (+238bps a/a; +138bps vs. Est. Genial).
A medida em que a companhia aumenta sua operação de crédito, o aumento das despesas de provisionamento compensou parcialmente o ganho observado na margem bruta. Ainda assim, a C&A conseguiu reportar um aumento de +103bps a/a da margem operacional, reportada em 13,4%, e um EBITDA consolidado de R$207m (+18,7% a/a).
Mesmo com o efeito negativo do resultado financeiro, a melhora do resultado operacional permitiu a redução de 28,0% a/a do prejuízo apresentado. A C&A consolidou um prejuízo líquido de -R$ 44,2m vs. um prejuízo de -R$ 61,4m no 3T22.