Continuamos com a recomendação de MANTER para as ações da CEMIG. A empresa, conhecida por sua gestão eficaz enquanto empresa estatal, tem apresentado de forma consistente resultados robustos trimestre após trimestre, em linha tanto com nossas previsões quanto com as expectativas do mercado. Desta vez alguns destaques do trimestre que impulsionaram o resultado da empresa foram o reajuste tarifário para a distruidora em 7,4%, reajuste tarifário para a RAP das transmissoras para o ciclo 2024-2025 em 5,4%, recebimento de R$2,74 bilhões referente a alienação da participação na Aliança Energia e reversão de provisões tributárias referentes a contribuições previdenciárias no valor de R$548 milhões. Com isso, a empresa apresentou um crescimento em suas receitas relevante e manteve certo controle rigoroso sobre os custos e despesas. Esse gerenciamento financeiro sólido tem sido fundamental para a geração de um fluxo de caixa robusto e para manter uma distribuição de dividendos interessantes, na faixa de 9~10% ao ano. Já nesse trimestre, a CEMIG anuncionou pagamento de dividendos extraordinários de R$1,4 bilhão ou R$ 0,49/ação, rendimento de 4,4%.
Apesar dos pesares, preferimos manter nossa recomendação para a Eletrobras (ELET3), por julgar um case mais barato e com perfil de risco-retorno mais interessante. Por último, esperamos que o assunto da privatização venha a voltar a tona após as eleições municipais, uma vez que a camarâ possa estar reformulada e mais aberta ao assunto e uma vez que o tema da federalização não tenha sido vocalizado por um bom tempo. Fizemos um relatório recente sobre uma conversa com o management da companhia e investidores, onde abordamos diversos assuntos com mais detalhes, para acessá-lo clique aqui.
Detalhamento dos Resultados
EBITDA acima das estimativas do mercado. A receita líquida da companhia totalizou R$ 9.4 bilhões, aumento de 7,0% se comparado ao 2T23, em função do aumento da receita de TUSD e dos reajustes anterioremente comentados.
Os custos e despesas operacionais apresentaram aumento de 1,8% quando comparado ao 2T23, totalizando R$7.4 bilhões. Esse aumento de custos decorre principalmente do aumento de gastos com serviços de terceiros e encargos de uso da rede básica, balanceados pelo reajuste na provisão anteoriormente comentado.
Em questões operacionais, vemos um aumento no número de clientes cativos em 1,9% a/a e, de 24% a/a para clientes livre, totalizando 9.3 milhões de consumidores. Em questões de perdas, a companhia atingiu o nível 10,91%, enquanto a meta regulatória é de 10,66%, fruto do pesado investimento que a CEMIG tem feito nessa área, cerca de R$2.1 bilhão somente nesses primeiros dois trimestre de 2024.
Com isso o EBITDA consolidado foi de R$1.9 bilhão. O resultado financeiro foi de R$118 milhões, aumento de 196% a/a, decorrente de maiores ganhos com receitas financeiras. Por fim, a companhia apresentou um lucro líquido de R$1.1 bilhões, 6,6% menor do que no 2T23.