A Cielo deve apresentar seu último resultado como uma empresa listada na B3 no dia 1º de agosto, após o fechamento do mercado. Esperamos mais um trimestre de resultado fraco, com um lucro de R$ 383 milhões (-23,9% t/t e -21,3% a/a). Com a iminente OPA (Oferta Pública de Aquisição) prevista para ser concluída em 16 de agosto (liquidação), não vemos gatilhos que possam destravar valor para o papel. O preço da oferta deverá ser de R$ 5,85 (ou R$ 5,76 ajustado pelo CDI do dia 11/07 até o leilão em 14/08), representando um pequeno upside de 1,6% (leia nosso relatório). Consideramos mais vantajoso e menos volátil alocar recursos em instrumentos de renda fixa CDI+ do que em ações da companhia.
No 2T24, esperamos uma desaceleração no volume transacionado (TPV), com um baixo crescimento de 0,4% t/t e 2,5% a/a, totalizando R$ 200,7 bilhões no trimestre. Essa tendência reflete a dinâmica contínua de perda de market share pela Cielo, que tem cedido espaço para concorrentes como Stone, PagSeguro, GetNet e Rede.
Com a incorporação da Cielo pelo Bradesco e Banco do Brasil, esperamos um aumento na oferta de produtos bancários e de adquirência mais integrados, com maior flexibilidade de preços e maior agilidade nos serviços. Em nossa avaliação, essa estratégia pode eventualmente ajudar a impulsionar os volumes da Cielo, bem como os negócios de pequenas e médias empresas do Bradesco e Banco do Brasil.
Market Share de Adquirência: Rivais têm roubado share da Cielo
Além disso, projetamos uma queda no yield da receita (-0,09pp t/t e -0,16pp a/a) devido à piora no mix de clientes (maior participação de grandes contas), que deve gerar uma contração na receita de -2,7% t/t e -6,5% a/a, atingindo R$ 3,06 bilhões.
Esperamos que os gastos totais, incluindo despesas administrativas e custos dos produtos vendidos, apresentem uma retração de -4,8% t/t, uma vez que o 1T24 foi marcado por uma despesa não recorrente (one-off) devido a problemas operacionais. No entanto, projetamos uma expansão de 34,2% a/a, em função de algumas ondas de contratações para reforçar o time de vendas e uma base comparativa mais fraca no 2T23. Prevemos também que o imposto volte à normalidade no trimestre, com uma alíquota efetiva de 28%, sem o benefício fiscal (tax-shield) observado no 1T24. Esses fatores combinados devem resultar em uma retração do lucro no trimestre.
Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de MANTER para Cielo, com preço-alvo de R$ 5,85. Para os clientes posicionados e que quiserem aderir a oferta, indicamos que sigam as instruções do material disponibilizado no site de RI. (Clique Aqui)
Cielo (CIEL3) | Prévia 2T24: Queda no yield, forte aumento nas despesas e normalização do imposto impõe dinâmica negativa no trimestre