O segundo trimestre para o setor de educação é sempre mais monótono pelo fato de os grandes ciclos de captações ocorrerem nos períodos ímpares. Dito isso, a companhia apresentou um bom resultado com crescimento de receita na Kroton, Vasta no caminho para bater o guidance e com melhores índices de PCLD.
Seguimos com nossa recomendação de MANTER e preço-alvo 12M de R$ 3,00, que implica em um downside de -7,9%.
Separamos três tópicos principais acerca do resultado postado:
(I) Receita líquida cresce 19,5% a/a
A receita líquida da companhia cresceu 19,5% a/a para R$ 1,4b (sendo: Kroton R$ 1,0b; Vasta R$ 271m; Saber R$ 88m), ficando +3,6% acima de nossas estimativas.
Em Kroton, as novas safras de alunos após bons ciclos de captações têm mostrado resultado, marcando o 8° trimestre consecutivo de crescimento na base de alunos. Esse efeito somado à um ticket médio maior (Baixa Presencialidade em +5,6% a/a; Alta Presencialidade em -0,6%), trouxe uma receita líquida de R$ 1,0b, crescendo +11,8% ano contra ano.
Vale destacar dois pontos em Kroton: (1) linha de PCLD (Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa) reduziu 5% a/a e em termos de penetração sobre a ROL, caiu 2 pontos percentuais. Isso é fruto da redução do Programa de Empréstimo Privado (PEP) dentro da receita e maior seleção e qualidade no perfil de crédito das novas safras de alunos. (2) Decorrente a fortes ciclos de captações, a taxa de evasão no 2T23 subiu de -9,6% para -12,9% – movimento que costuma acontecer quando se tem um maior volume de calouros na base.
A Vasta segue ongoing para entregar seu guidance do ACV firmado para o ciclo de 2023, com 82,3% já realizados. Dentro de escolas parceiras vimos o segmento de Sistemas de Ensinos Tradicionais cair -4,6% devido à estratégia de focar em soluções premium, realizando o up sell na base de clientes e, para Soluções Complementares, um avanço de +6,1% a/a. Com isso, a receita líquida ficou em R$ 271m, crescendo 43% a/a e +4,0% acima de nossas projeções.
(II) Resultado financeiro ainda pressiona bottom line, porém iniciativas de liability management mostram sinais positivos
Com um resultado financeiro de -R$ 245,7m, caindo -5,1% ano contra ano, a companhia reportou um prejuízo líquido contábil de -R$ 47,3m vs. -R$ 31m em nossas estimativas.
Em meio a uma agenda pautada na redução da alavancagem, a Cogna mostrou queda no resultado financeiro, mostrando que as iniciativas de liabilty management adotadas pela companhia tem surtido efeito.
Como fruto dessas iniciativas, a Cogna sai de uma dívida de R$ 6,6b no 2T22 para R$ 4,7b neste trimestre e um indicador Dív. Líq/EBITDA Ajustado de 1,98x – menor nível em dois anos.
(III) GCO pós CapEx cresce 51,9% a/a
Com a melhora operacional nas três unidades relevantes do grupo na comparação anual e, como destaque já pontuado, melhora na inadimplência da Kroton, vimos a companhia reportar um GCO pós CapEx de R$ 170,9m vs. R$ 112,5 no 2T22.