A Tenda reportou resultado forte neste trimestre, impulsionado por dois efeitos não-recorrentes que permitiram um ROE anualizado de 32%. Sem estes efeitos, estimamos que o ROE anualizado estaria entre 15-19%, acima da nossa expectativa de 12%.
Além dos resultados, a companhia divulgou uma atualização do guidance, em parte já esperada, visto que a companhia já superava o guidance na visão dos últimos 12 meses. O guidance de vendas líquidas foi elevado para entre R$ 4,1m e R$ 4,4m, sendo que nosso cenário base é próximo ao topo do guidance. Para o ano que vem esperamos vendas líquidas em patamar similar, em R$ 4,5m. O guidance de margem bruta ajustada também de Tenda passou para o intervalo de 31% a 32%, abaixo da nossa expectativa de 32,3%.
No todo, achamos que tanto o resultado quanto o novo guidance são positivos para a tese de Tenda. Ambos reforçam que a recuperação da companhia foi e está sendo mais rápido que o esperado. Na nossa visão, o mercado ainda não voltou a se aprofundar nos novos números da Tenda, o que nos leva a acreditar que muito da recuperação dos números financeiros não está precificada. A companhia negocia hoje a 4x P/E 2025E.
A receita líquida atingiu um patamar de R$ 912m, com ajuda de reversão a provisão adicional feita no início do ano e de reconhecimento de crédito fiscal por depreciação antecipada, que levou a uma linha de impostos positiva em R$ 10m, contra uma expectativa de -R$ 16m. Estes efeitos levaram a um aumento da margem bruta acima do que esperávamos, atingindo 32,2%. Sem estes efeitos estimamos que a margem bruta seria de 29,5%, em linha com a do trimestre passado. Estes efeitos ajudaram a Tenda a chegar em um lucro de R$ 76m, em um ROE de 32%. No mais, a geração de caixa foi negativa em R$ 49m, uma vez que o reconhecimento do caixa das unidades do Pode Entrar será feito apenas no próximo trimestre, representando uma entrada futura de R$ 80m. Além disso, o ganho de capital de R$30m com os swaps (equivalente a uma recompra de ações) também deverá entrar apenas no 4T24.