Desempenho em linha, mas pouca novidade.
Copasa (CSMG3): Alteramos a recomendação para MANTER. Nossa recomendação de compra para as ações da empresa foi feita em um contexto em que a empresa negociava em níveis extremamente depreciados e com uma perspectiva interessante de privatização as vésperas da reeleição do governador Romeu Zema. Infelizmente, alguns pontos nos levam a ficar mais céticos quanto a essa possibilidade. Primeiro, citamos a ausência de movimentações no sentido de privatização da empresa por parte do governo estadual. Segundo, lembramos o impacto da possível revisão no Marco do Saneamento que por sua vez acabou por eliminar a tão esperada concorrência para aquisição da Corsan em dezembro/22 – se por um lado os leilões nos estados de Alagoas e Rio de Janeiro apresentaram múltiplos interessantes e prêmios expressivos em seu processo competitivo, Corsan praticamente não teve disputa. Ou seja, esse cenário pode fazer com que uma eventual privatização venha a acontecer em condições de preço longe do ideal, fazendo com que todo esforço realizado pelo governador não vá render os frutos esperados em um leilão. Ou seja, o estímulo para tocar a privatização de uma estatal de grande porte pode não compesar o peso político da atitude. Nossa mudança de recomendação vai além do potencial de valorização limitado, mas também pelo nosso ceticismo quanto a um cenário de privatização. Sendo assim, não achamos que faz sentido a recomendação de aumentar a posição no papel.
Copasa (CSMG3): Resultados acima do esperado.
Copasa reportou um EBITDA de R$529 milhões no 4T22 (vs. R$345 milhões em 4T21, aumento de 53%). Empresa reportou números acima do consenso do mercado e das nossas estimativas. O resultado desse trimestre foi derivado de um bom crescimento nos volumes medidos de água e esgoto, boa performance na linha de custos operacionais derivado do impacto da isenção do ICMS na energia elétrica e do recente programa de demissão voluntária da empresa e, por último, redução na inadimplência e perdas. Receita líquida alcançou R$1,4 bilhões (vs R$1,3 bilhões no 4T21), crescimento de 7,7% a/a. Conforme mencionado, o principal propulsor de tal performance foi o incremento no volume faturado de água e esgoto, que alcançaram 166 milhões (5,4% a/a) e 114 milhões de m³ (4,9% a/a), respectivamente. Total dos custos operacionais alcançou R$1,0 bilhão (-3,8% a/a), com destaque as custos não-gerenciáveis com impactos ainda positivos da isenção do ICMS na linha de energia elétrica e custos gerenciáveis evoluindo em linha com a inflação (6,3% a/a). Mesmo com uma despesa financeira menor, o lucro líquido do trimestre foi de R$268 milhões, acima do resultado do consenso. A empresa anunciou o pagamento de um juros sob capital próprio de R$391 milhões, implicando em um rendimento de 6,7% de acordo com o último preço de fechamento.