Arrumando a noiva!
Copasa (CSMG3): Seguimos com a recomendação para MANTER. Nossa visão para a empresa continua inalterada. Aos atuais níveis de preço, acreditamos que o mercado já esteja precificando o evento da privatização, negociando a quase 1x EV/RAB 23E, múltiplo próximo ao de uma empresa de saneamento que opera em patamares mínimos de eficiência – o que ainda não é o caso da empresa. Pelo fluxo de notícias, a privatização aconteceria através de uma oferta primária e secundária de ações, arrecadando recursos para o pagamento da outorga dos municípios em que a empresa atua e, transformando a companhia em uma Corporation. Tal fator nos leva a ficar ainda mais cauteloso com o atual nível de avaliação da empresa, afinal de contas, caso a empresa decida por desistir da privatização, fará muito sentido que a CSMG3 volte a negociar nos patamares de uma empresa estatal (EV/BRR 0,5 – 0,8x), o que significaria a ação negociar na casa dos R$12-16/ação. Em função dessa assimetria de risco/retorno, preferimos acompanhar a evolução dos fatos e entrar no case em um momento mais oportuno e, com menos riscos envolvidos, mesmo que isso signifique um retorno menor.
Detalhamento do resultado
A Copasa reportou um aumento de receita líquida de 17,6% com relação ao 2T22, totalizando R$1,57 bilhão, impulsionado pelo reajuste tarifário do início do ano e pelo aumento de 3% do volume de água e esgoto medido. Na parte de custos e despesas, o total somou R$1,22 bilhão, aumento de 21,6% a/a, entretanto, os custos foram afetados pelo PDVI (Programa de Desligamento Voluntário Incentivado), totalizando R$115 milhões (o PDVI possui um payback estimado de 1 ano), assim, excluindo esse fator, o aumento seria de 10,1%, influenciado pelo aumento do preço dos materiais de tratamento e repasse tarifário aos municípios.
Olhando para o operacional da empresa, com relação ao mesmo período do ano passado, a COPASA apresentou aumento no número de ligações de água e esgoto, bem como aumento do volume medido, próximos de 3%, aliado com a diminuição do índice de perdas e diminuição da inadimplência (3,11% 2T23 vs 3,50% 2T22). Isso nos mostra que a empresa segue o caminho de arrumação da casa, cortando custos, otimizando o quadro de funcionários e aumentando a eficiência para a melhorar a atratividade da empresa frente ao evento da privatização!
Na linha de resultado financeiro, o aumento do ganho em aplicações financeiras e a diminuição das perdas com variações monetárias e cambiais, ajudaram a companhia a sair de um prejuízo de R$80 milhões em 2T22 para um prejuízo de R$21 milhões no 2T23, variação de 72,8%.
O EBITDA ajustado totalizou R$647 milhões, aumento de 31,6% com relação ao 2T22 e a margem EBITDA apresentou um aumento de 4.8 p.p, atingindo 40,4%. Por fim, o lucro líquido reportado atingiu R$249 milhões, aumento de 38,2%.