Copasa (CSMG3): Seguimos com a recomendação para MANTER. Achamos que o resultado reportado foi sólido e contribui para o bom momento da empresa do ponto de vista operacional. Apesar dos rumores envolvendo a federalização da empresa, achamos esse cenário pouco provável tendo em vista a dificuldade de viabilização e timming – importante mencionar que todo esse processo envolveria contratação de consultorias para avaliação de preço-justo, prêmios a serem pagos, aprovação em assembléias e coisas do tipo. Dito isso, achamos que o ano que nesse pós-eleições municipais, outra possibilidade pode vir a mesa: a privatização da empresa. Como mencionamos em documentos anteriores, o processo de expansão de investimentos e reprecificação de múltiplos tende a ter um efeito poderoso no destravamento de valor que a empresa deve oferecer aos seus acionistas caso esse cenário venha a ser materializar. A empresa não é um case caro (negocia apenas 4x EV/EBITDA 25E), entretanto seguimos preferindo outro case dentro do segmento.
Fizemos um relatório recente com atualizações sobre as teses das companhia de saneamento, onde comentamos sobre as possibilidades desses processos ocorrem, para acessá-lo clique aqui. Como não sabemos para qual lado a empresa de fato irá seguir e, olhando para a Sabesp que acabou de ser privatizada, sendo muito mais atrativa em nossa visão, apesar dos bons resultados da Copasa, preferimos manter uma posição neutra no papel.
Detalhamento do Resultado
A Copasa reportou um incremento de receita líquida de 9,6% em relação ao 3T23, totalizando R$1,8 bilhão, impulsionado pelo reajuste tarifário do início do ano e por um aumento no consumo no 3T24 (+3,5% em água e +3,6% em esgoto). Nesse trimestre, houve também a migração de economias da categoria social para residencial (passando a representar 79,1% do total de economias atendidas vs 77,7% no 3T23) devido ao recadastramento de consumidores feito pela empresa. Como sabemos, consumidores categorizados como residenciais não possuem subsídio direto em suas tarifas como aqueles enquadrados na categoria social. Sendo assim, entendemos que esse evento é bem vindo e deve ajudar na evolução dos resultados da empresa, ainda que marginalmente.
Na parte de custos e despesas, o total somou R$1,2 bilhão, um avanço de 6,4% a/a. Principal destaque nessa linha foi devido ao expressivo incremento na linha de serviço de terceiros devido a diversos reajustes nos contratos dos prestadores de serviços e aumento na demanda. A linha de pessoal, em compensação, caiu 1,8% a/a, fazendo com que ambas as rúbricas somadas ficassem em R$608 milhões, crescimento de apenas 3,4% a/a.
O endividamento líquido alcançou R$5,1 bilhões, com uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,8x (vs 1,6x no 2T24). No resultado financeiro, houve um resultado negativo de R$50,9 milhões (vs. R$90 milhões no 3T23). É importante mencionar que o resultado financeiro do ano passado ficou positivo devido a uma reversão de R$105 milhões derivada de um acordo coletivo travbalhista.
O EBITDA ajustado totalizou R$725 milhões, um aumento de 13,5% em relação ao 3T23, refletindo os maiores volumes e o reajuste tarifário. O lucro líquido foi de R$368 milhões, aumento de 9% com relação ao mesmo período do ano passado.