A Direcional reportou resultados sólidos, ainda que marginalmente abaixo do consenso em alguns pontos – lucro líquido, e consequentemente ROE, vieram levemente menores. De maneira geral, a companhia segue aumentando gradativamente seu volume de lançamentos, mantendo boa tração nas vendas e reforçando o bom momento vivido pelas construtoras voltadas para baixa renda. Além disso, já é possível observar impactos positivos na Riva após a recente implementação da faixa 4 no MCMV, com um aumento expressivo nos volumes de lançamentos e, principalmente, nas vendas. Conforme mencionaremos abaixo, o trimestre foi afetado por alguns efeitos não recorrentes, que por sua vez impactaram a geração de caixa e o lucro da companhia. Seguimos com nossa recomendação de compra para Direcional, mantendo-nos otimistas com o segmento MCMV e com o ramp-up das operações da Riva.
Em termos operacionais, a Direcional reportou um VGV lançado (% Companhia) de R$ 2 bilhões (+54,2% a/a), com destaque para os lançamentos da Riva, que representaram cerca de 56% do total lançado (vs. 32% no 3T24). Já as vendas (% Companhia) totalizaram R$ 1,4 bilhão no trimestre, com a Riva respondendo por aproximadamente 50% do montante total (vs. 36% no 3T24). Mesmo com o aumento expressivo no volume de lançamentos, a VSO reportada foi de 24%, mantendo-se praticamente em linha com os patamares observados nos últimos trimestres.
A receita líquida reportada pela companhia foi de R$ 1,16 bilhão (+27,1% a/a), enquanto o lucro bruto ajustado totalizou R$ 487,1 milhões (+38,8% a/a), o que resulta em uma margem bruta ajustada de 42,1%, ficando 3,5 p.p. acima do 3T24. Em termos de despesas, a companhia apresentou um pequeno aumento em suas despesas comerciais em relação ao mesmo trimestre do ano passado, perfazendo um montante de R$ 114 milhões (+42%), incremento que pode ser explicado pelo maior volume de lançamentos no período. Além disso, a Direcional apresentou resultados não recorrentes na rubrica de outras receitas e despesas operacionais, decorrentes de uma transação societária, que impactou positivamente o resultado em R$ 25 milhões. Dessa forma, o lucro líquido reportado no trimestre totalizou R$ 230 milhões (+43,1% a/a). Ajustando os efeitos não recorrentes, essa linha atingiu aproximadamente R$ 205 milhões (+31,4% a/a), o que resulta em uma margem de 17,7% (+0,6 p.p. a/a) e um ROE anualizado de 35%, o maior já registrado pela companhia. A geração de caixa totalizou aproximadamente R$ 113 milhões no trimestre e, descontados os efeitos não recorrentes, a geração operacional foi de R$ 45,7 milhões.

