Energias do Brasil (ENBR3): Money Maker!
Seguimos com recomendação de MANTER para EDP. Para além dos resultados trimestrais impactados positivamente por eventos não-recorrentes relacionados à alienação de ativos de transmissão, nossa leitura para o ano de 2021 da empresa foi positiva por múltiplos fatores, como: entrega dos projetos em desenvolvimento, geração de valor ao acionista via nova recompra de ações e cancelamento das ações previamente adquiridas, boa gestão das distribuidoras e maior agressividade no que diz respeito à distribuição de proventos. Chama a nossa atenção também a deliberação do pagamento de JCP referente ao ano de 2021 de R$0,79/ação. Além disso, a companhia anunciou que, no dia 05/04, levará para assembleia uma proposta de distribuição de dividendos de R$1,39/ação – totalizando R$2,18/ação em proventos, mais de 10% de rendimento em dividendos se considerarmos o último preço de fechamento da empresa. Por hora, vamos manter nossa recomendação inalterada, mas com a impressão que nossas atuais estimativas podem não estar fazendo jus ao momento da empresa.
Detalhamento dos resultados 4T21
EBITDA veio acima do consenso devido a termos não-recorrentes. Antes de mais nada, é importante mencionar que o EBITDA da empresa veio acima do consenso devido ao impacto positivo de R$320 milhões referentes ao ganho derivado da venda de três linhas de transmissões feitas pela empresa em dezembro/21. Excluindo tal impacto, o EBITDA recorrente teria ficado na casa dos R$1 bilhão, ligeiramente acima do consenso. Como destaques positivo, mencionamos o bom controle de custos da empresa, alcançando R$316 milhões no 4T21 – evolução de apenas 6,4% em um ano de inflação duplo dígito. Vale mencionar que o orçamento base-zero da empresa já conseguiu alcançar a economia de R$390 milhões/ano. A dívida líquida alcançou R$8,9 bilhões (2,0x Dív. Líq./EBITDA considerando a consolidação de todos os ativos da empresa).
Como outros destaques positivos do trimestre, tentando fazer uma leitura em termos recorrentes, achamos a performance de ambas as distribuidoras da empresa razoáveis (EDP Espirito Santo e EDP São Paulo) que, apesar do cenário desafiador em termos de consumo em sua áreas de concessão, apresentaram bom controle de custos gerenciáveis/PMSO (evolução praticamente a metade da inflação do período, que ficou acima de 10%) e, apresentaram evolução expressiva de EBITDA (+18% a/a) após a aplicação do reajuste tarifário em ambas as distribuidoras, alcançando R$538 milhões (+18,5% a/a). Neste trimestre, o segmento de geração também apresentou uma boa performance devido a estratégia de sazonalidade da empresa (quando a empresa decide onde alocar sua energia ao longo do ano), que se mostrou acertada para o período e trouxe expressiva evolução nas receitas de geração (R$419 milhões, +26% a/a) e um EBITDA de R$287 milhões, uma queda de -50% a/a devido a impactos extraordinários de R$388 milhões. O lucro do 4T21 foi de R$809 milhões devido aos impactos extraordinários mencionados acima referentes a venda das linhas de transmissão, mas também devido a uma menor alíquota de IR no período.
Pontos Positivos
- Empresa é um dos cases raros que conseguem aliar crescimento e dividendos
- Novo Programa de recompra de ações mostra confiança do management
- Ações canceladas pela empresa geram valor ao acionista
- Distribuidoras em um bom momento
Pontos Negativos
- Queda nos preços de longo prazo da energia podem afetar a lucratividade do negócio
- Alta concorrência nos leilões de transmissão
- Mudança no cenário hidrológico pode levar o segmento de geração a ter resultados decepcionantes