Dever de Casa Bem Feito, de novo!
Seguimos com recomendação de MANTER para EDP. Como principais destaques do trimestre, citamos a entrada operacional de outras duas linhas de transmissão (EDP Transmissão Litoral Sul e Mata Grande Energia Transmissão de Energia) que por sua vez se somam à duas outras linhas que foram entregues no trimestre passado. As atuais linhas devem incrementar a Receita Anual Permitida da empresa em R$67,6 milhões anuais, representando 8,1% da RAP total homologada pela empresa. Além disso, citamos também a venda da hidroelétrica Mascarenhas pelo valor de R$1,2 bilhão (múltiplo implícito da transação de aproximadamente 6,3x EV/EBITDA 22E), acima da própria ENBR e sob termos razoáveis se considerarmos um ativo maduro e com tempo restante de concessão. vamos repetir uma frase comum aqui nos últimos trimestres: vemos a empresa entregando resultados sólidos do ponto de vista operacional. Achamos o case da ENBR como muito interessante, mas se julgarmos as recentes quedas no setor de energia elétrica, preferimos fazer o stock picking em outros nomes que julgamos opções mais interessantes (ELET3, por exemplo).
Detalhamento do 3T22
EBITDA em linha com consenso, mas ligeiramente abaixo das nossas estimativas. Como principais pontos de discordância com os nossos números citamos o resultado do segmento de geração, que foi negativamente impactado pelos baixos preços de energia e a decisão de alocação de energia no trimestre. Além disso, citamos o EBITDA das distribuidoras pressionados pelo aumentos nos custos operacionais derivado dos reajustes saláriais e alta inflação acumulada no período, que impactou negativamente todas as linhas de custos gerenciáveis (+17% a/a). no 3T22, a empresa alcançou um EBITDA ajustado por itens não recorrentes e não-caixa de R$1,0 bilhão (+35% a/a). Os motivos que fizeram os números apresentsdos pela empresa virem abaixo nas nossas estimativas já foram explicados acima. Nesse trimestre, destacamos o EBITDA da distribuição (R$468 milhões, 6% a/a) mesmo em um trimestre marcado pela evolução de custos não gerenciáveis, conforme explicado acima. O EBITDA da geração ficou R$251 milhões no 2T22 (-23% a/a) por motivos pontuais, também citados acima. Resultado financeiro segue pressionando o lucro da empresa (-R$327 milhões no 3T22 vs -R$166 milhões no 3T21), devido a evolução do endividamento (R$7,8 bilhões em dezembro/2021 vs R$10,6 bilhões em 3T22) e aumento nos indexadores da dívida no período. Vale mencionar que a o impacto de R$1,2 bilhões relacionados à venda da UHE Mascarenhas deve reduzir esse endividamento médio e dar um alívio nos números da empresa. Endividamento segue em níveis confortáveis (2,4x Dívida Líquida/EBITDA 12M). Lucro líquido no período foi de R$514 milhões (vs. R$510 milhões no 3T21), evolução praticamente neutra.