Conclusão
Por ora, achamos o evento marginalmente positivo para o case da empresa. Apesar da ausência de maiores informações para modelarmos apropriadamente a aquisição do ativo (preço de praticamente 1/3 dos contratos de venda de energia do ativo, principalmente), o evento demonstra o apetite da empresa em seguir crescimento mesmo em meio a um ambiente de preços de longo prazo extremamente deprimidos. Apesar do nosso viés positivo para aquisição, vamos esperar maiores informações para incorporarmos o ativo em nossas estimativas para a empresa. Por enquanto, permanecemos com a recomendação de MANTER para os papéis.
Os fatos
A empresa anunciou a aquisição de uma série de conjuntos solares (Juazeiro, São Pedro, Sol do Futuro, Sertão Solar e Lar do Sol), com capacidade instalada e assegurada de 545 e 145,1 MWh, respectivamente (fator de capacidade de c. 26%). O valor da transação foi de R$3,2 bilhões, sendo R$2,3 bilhões em caixa e R$971 milhões em assunção de dívida. Se considerarmos o impacto dessa aquisição, a dívida liquida da empresa deve saltar para R$17,2 bilhões e ainda permanecer com uma relação dívida liquida/EBITDA muito confortável (c. 2,3x Dívida Líquida/EBITDA).
A contratação média é de 142,2 MWh e com prazos dos contratos terminando entre 2038 e 2042. O preço contratado dos projetos fica entre R$181-433/MWh, sendo que o preço de pelo menos 49 MWh da capacidade contratada não foi divulgada por questões de confidenciabilidade da transação – o que é uma pena, por não oferecer uma premissa importante para estimarmos com maior precisão o valor a ser gerado com a aquisição.