Bom resultado e boas perspectivas.
Seguimos com recomendação de MANTER para Engie. A empresa reportou números expressivos nesse trimestre, superando as nossas estimativas e as do consenso. Destacamos novamente a rápida operação da empresa em se contratar para os anos de 2023 e 2024 em níveis de preços elevados, diminuindo assim a exposição da companhia ao cenário atual de preços estruturalmente mais baixos e a significativos impactos por pelo menos mais dois anos. Acreditamos que com isso, mantendo o nível de endividamento sobre controle, a empresa pode vir a ter outro ano com grande generosidade no que diz respeito a dividendos. Apesar do resultado bom e de boas perspectivas para o ano, vemos a empresa bem precificada e sem pontos interessantes de entrada no momento, reiterando nossa recomendação de MANTER.
É válido dizer que até o dia 9 de maio, é possível adquirir as ações da empresa e ter acesso aos dividendos relativos ao ano de 2022, no valor de R$1,78/ação, dividend yield de 4% com relação ao preço de 04/05.
Desempenho Operacional 1T23
Números acima do consenso. A empresa reportou uma receita operacional de R$2.9 bilhões nesse trimestre, queda de 5% com relação ao 1T22. Principais fatores que levaram a detração da receita foram a queda de R$128 milhões em receitas de construção no setor de transmissão, natural à medida que os projetos vão entrando em operação. O destaque foi para o preço médio de venda de energia que ficou em R$229/MWh, 2,6% superior ao 4T22, aumento graças à atualização monetária dos contratos vigentes e da aquisição dos conjuntos fotovoltaicos Floresta e Paracatu, que sustentaram os preços da empresa mesmo em um ambiente de preços estruturalmente mais baixos.
Outro destaque foi para o controle de custos da companhia, que apresentou redução de 20% com relação ao 1T22, totalizando R$1.2 bilhões. Tal redução é devido a redução dos custos de construção de transmissão e queda dos custos com operações de trading de energia, em função de menores volumes de energia livre para comercialização. Na linha de equivalência patrimonial, a TAG também entregou um resultado positivo, com lucro líquido de R$248 milhões (+43% do 1T22), fruto da atualização das tarifas de transporte e do encerramento de contratos com a Transpetro que foram assumidos pela Engie.
Em decorrência dos fatos acima, o EBITDA da companhia fechou o trimestre em R$2.06 bilhões, 9,1% acima do 1T22, com uma margem de 70,9%. O resultado financeiro do trimestre foi negativo em R$720 milhões, redução de 15% em relação ao 1T22 e, com isso, o lucro líquido da companhia foi de R$882 milhões, 37% maior do 1T22.
Por fim, o endividamento da companhia finalizou o trimestre em 2,1x Dívida Líquida/EBITDA 12M, com uma dívida líquida de R$15.2 bilhões. Nível esse que consideramos saudáveis frente ao cronograma de investimentos que a companhia tem pela frente.