O EBITDA da empresa veio abaixo do consenso em um trimestre marcado pelo impacto extraordinário não-caixa do impairment (reavaliação) de uma de suas usinas termoelétricas. Excluindo tal evento, o EBITDA recorrente teria ficado em linha com o do mercado – o que nos faz dar três estrelas para este resultado trimestral. Além desse impacto, chama a atenção os custos com energia comprada sob controle em um trimestre marcado por um hidrologia ruim, que trouxe impactos negativos para demais empresas geradoras do setor.
Copo meio cheio
Apesar do EBITDA reportado ter ficado abaixo do consenso, vale mencionar que o trimestre foi negativamente impacto por eventos não-recorrentes e não-caixa, como foi o caso do reconhecimento de um teste de imparidade no valor de R$163 milhões em uma de suas térmicas. Excluindo tal evento, o EBITDA teria sido de R$1,5 bilhões, crescimento de 19%, refletindo principalmente receitas decorrentes da implantação de projetos de transmissão e custos com energia sob controle – número impressionante se considerarmos o cenário hidrológico desafiador (vide os recentes resultados de CESP e AES Brasil, que reportaram números abaixo do consenso devido à custos com compra de energia). Empresa anunciou dividendos intercalares de R$789 milhões (R$0,96/ação) implicando em um rendimento de 2,6% se considerarmos os preços atuais. Lucro líquido apresentou queda de 28% tendo em vista os efeitos não recorrentes explicados acima. Seguimos com a recomendação de MANTER por pensarmos que existe uma assimetria melhor na CESP, a despeito do momento desafiador.
Pontos Positivos
- Em termos recorrentes, EBITDA da empresa expandiu em duplo dígito;
- Impactos da extensão das concessões deverão ser anunciados no 3T21;
- Empresa negocia nos mesmos níveis do corona-crash (março/2020).
Pontos Negativos
- Hidrologia ruim em sua fase mais aguda, o que deve seguir impactando geradoras;
- Impactos com impairments “sujam” a performance da empresa;
- Acidente no projeto de transmissão pode atrasar o cronograma de entrega do projeto;