Sem os efeitos negativos da Copa do Mundo e da sazonalidade do quarto trimestre, o resultado do 1T23 de Fleury deve voltar à normalidade. Esperamos uma recuperação no número de exames, com manutenção do ticket médio pela mudança de mix para análises clínicas. Um dos principais temas relacionados a Fleury no ano de 2023 é a fusão com o Grupo Pardini, que será concluída dia 28/04. Os resultados ainda não serão consolidados no 1T23, mas estamos otimistas com a operação, dada a complementariedade operacional e geográfica das duas companhias.
Em termos de receita, acreditamos que a retomada do volume no primeiro trimestre levará a crescimento da receita líquida (+10,9% a/a e +8,4% t/t). Vale destacar que as operações hospitalares de Fleury (B2B) devem continuar a sofrer no período e no ano, com o fim de um contrato com um grande prestador de serviços hospitalares. Ainda assim, o crescimento do core business das unidades de atendimento será mais que suficiente para impulsionar a receita no 1T23.
No movimento contrário ao trimestre passado, esperamos certa alavancagem operacional que deve resultar em crescimento de margens t/t. Os principais custos, como pessoal e materiais e medicamentos, devem perder participação em relação à receita, enquanto a depreciação deve se manter estável, uma vez que a nova sede inaugurada esse ano começará a ser depreciada.
No geral estamos positivos com o resultado de Fleury para o 1T23, projetando lucro líquido de R$ 84m (-24,2% a/a e +171,5% t/t) para o período. A companhia tem apresentado bons resultados desde o fim da pandemia, e esperamos que isso continue para o ano de 2023. Um risco para a tese no curto prazo é a adequação do Grupo Fleury ao novo piso da enfermagem, que pode gerar pressão de custos. Ainda assim, reiteramos nossa recomendação de COMPRA com preço-alvo de R$ 21,50, e o papel como Top Pick do setor de saúde. Ressaltamos que nosso preço-alvo ainda não incorpora as projeções do Grupo Pardini.