O Fleury divulgará seus resultados referentes ao 4T24 no dia 27/02/25. Historicamente, o quarto trimestre carrega uma sazonalidade desafiadora para o setor de saúde, e no caso do Fleury, o período de fim de ano, marcado por férias e feriados, tende a resultar em menor volume de exames e atendimentos. Além desse efeito sazonal negativo, observamos mais uma vez um nível elevado de glosas, impactando a receita líquida e, consequentemente, as margens.
No entanto, um ponto de atenção relevante para o case surgiu em fevereiro com o anúncio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a criação de planos exclusivos para exames e consultas eletivas. Essa iniciativa pode ampliar o mercado endereçável da companhia nos próximos anos, trazendo novas oportunidades de crescimento. Apesar do cenário neutro para o 4T24, seguimos construtivos com o case para 2025. Reiteramos o Fleury como nossa Top Pick no setor de saúde, mas ajustamos o preço-alvo para R$ 16,00, refletindo um cenário macroeconômico mais desafiador.
Prévia do Resultado 4T24
Esperamos que a receita líquida alcance R$ 1,82 bilhão (+7,1% a/a, -7,0% t/t). O crescimento deve ser impulsionado pelo bom desempenho das verticais de Unidades de Atendimento (B2C) e Lab-to-Lab (B2B). No segmento B2B, projetamos a continuidade da captura de sinergias e o ganho de market-share da companhia após a fusão com o Grupo Pardini, sustentando a tendência positiva dessa frente de negócios.
Para o EBITDA do trimestre, estimamos R$ 405 milhões, com margem EBITDA de 22,2%. A contração sequencial da margem reflete, principalmente, o menor nível de alavancagem operacional decorrente da sazonalidade negativa, além da persistência de um patamar elevado de glosas. Para o trimestre, projetamos que as glosas representem 1,4% da receita bruta, permanecendo acima do ideal e limitando a recuperação das margens.
Impacto dos planos privados exclusivos para exames e consultas eletivas
Nesta semana, a ANS anunciou um ambiente regulatório experimental de dois anos para a criação de planos de saúde exclusivos para exames e consultas eletivas. Essa mudança regulatória pode ter impactos positivos significativos para o setor de saúde, pois foca na ampliação do acesso à atenção primária e secundária, permitindo maior inclusão da população no mercado de planos de saúde privados.
Ainda não há clareza sobre como será a implementação desse modelo, e uma audiência pública está programada para o dia 25/02 para discutir os detalhes dessa proposta. No entanto, já identificamos alguns fatores que podem beneficiar diretamente o Fleury: (i) presença de diferentes marcas, permitindo que a companhia atenda tanto faixas sociais mais baixas quanto clientes premium, e (ii) expansão do mercado endereçável, uma vez que a maior penetração de planos privados tende a impulsionar a demanda pelos serviços da companhia. Seguiremos acompanhando a evolução desse tema e traremos atualizações conforme novos detalhes forem divulgados.
Conclusão
Mantemos nossa visão otimista para a tese de Fleury, que segue avançando na construção de um ecossistema de saúde integrado, posicionando-se como uma escolha defensiva em meio a um ambiente macroeconômico mais incerto. Assim, reiteramos o Fleury como nossa Top Pick no setor de saúde, mas ajustamos nosso preço-alvo para R$ 16,00, refletindo as dinâmicas do cenário atual.