O Fleury reportou um trimestre positivo, com crescimento consistente da receita e geração de caixa forte. A receita líquida atingiu R$ 1,84 bilhão, um avanço de 7,9% a/a, impulsionada pelo desempenho das Unidades de Atendimento (B2C) e da vertical B2B (Lab-to-Lab). A companhia também apresentou um avanço relevante no volume de exames, compensando parcialmente os efeitos da sazonalidade negativa do trimestre. O EBITDA do trimestre ficou em R$ 405,5 milhões, representando uma margem estável de 22,0%, sem expansão, mas demonstrando resiliência operacional. O lucro líquido totalizou R$ 84,0 milhões, um crescimento de 3,3% em relação ao 4T23, impulsionado por ganhos operacionais e uma boa gestão de despesas financeiras.
No trimestre, um dos principais destaques foi a redução da taxa de glosas, que atingiu 1,3% da receita bruta, contra 1,4% no 3T24, sinalizando uma melhora na eficiência operacional e no processo de faturamento. Outro ponto relevante foi a forte evolução da receita bruta das Unidades de Atendimento, especialmente nas marcas Fleury (+9,5%) e demais SP (+13,5%), além da continuidade do crescimento do B2B, que se manteve forte mesmo após a saída de um cliente relevante. A geração de caixa foi um ponto positivo, com conversão de 97,4% do EBITDA em caixa e redução da alavancagem para 1,0x Dívida Líquida/EBITDA.
Os pontos de atenção no trimestre ficaram para a estabilidade da margem EBITDA, que se manteve em 22,0%, sem avanço significativo, e para o crescimento das despesas gerais e administrativas, que subiram 22,6% a/a, mas é um aumento pontual. Acreditamos que a empresa segue bem posicionada para continuar crescendo em 2025, mas o desafio será manter a disciplina de custos e buscar avenidas de crescimento da receita.
Desempenho operacional das verticais
Unidades de Atendimento (B2C)
A vertical de Unidades de Atendimento (B2C) apresentou crescimento sólido, com receita bruta de R$ 1,35 bilhão (+10,4% a/a). O avanço foi puxado por um crescimento expressivo nas marcas Fleury (+9,5%), demais SP (+13,5%) e regionais (+14,6%). O destaque positivo foi a expansão do atendimento móvel (+18,2%), que representou 7,7% da receita total do Grupo no trimestre, reforçando a tendência de crescimento desse canal.
Medicina Diagnóstica B2B
O segmento B2B, que representa 23,5% da receita total, reportou R$ 465,7 milhões (+5,5% a/a), impulsionado pelo crescimento do Lab-to-Lab, que segue ganhando tração após a fusão com o Pardini. O volume de exames no segmento aumentou 11,6% a/a, compensando parcialmente a saída de um cliente importante no trimestre.
Gestão de custos e despesas
Glosas e Custos Operacionais
A taxa de glosas apresentou leve melhora, caindo para 1,3% da receita bruta no trimestre, contra 1,4% no 3T24, mas ainda acima dos patamares históricos. A empresa segue trabalhando para otimizar esse indicador e melhorar a eficiência no faturamento.
Os custos totais cresceram 6,3% a/a, abaixo da evolução da receita, o que contribuiu para uma melhora na margem bruta, que avançou 116 bps a/a, atingindo 24,7% no trimestre.
Despesas Gerais e Administrativas
As despesas gerais e administrativas aumentaram 22,6% a/a, impactadas principalmente por dissídios salariais e crescimento da estrutura. Esse foi um dos pontos de atenção do trimestre, uma vez que pressionou a margem operacional da companhia.
Geração de caixa e endividamento
A geração de caixa operacional foi um destaque positivo no trimestre, atingindo R$ 563,6 milhões (+33,0% a/a), impulsionada pela conversão forte do EBITDA em caixa (97,4%). A alavancagem financeira permaneceu em 1,0x Dívida Líquida/EBITDA, um patamar confortável, que permite à companhia continuar investindo sem comprometer sua estrutura de capital.
Conclusão
O Fleury apresentou um resultado sólido no 4T24, com crescimento robusto da receita, sinais de melhora nas glosas e forte geração de caixa. O desempenho das Unidades de Atendimento e do B2B reforça a resiliência da companhia, mesmo em um trimestre sazonalmente mais fraco. No entanto, a margem EBITDA permaneceu estável, e o crescimento das despesas administrativas exige atenção. Continuamos construtivos com o case, pois a empresa segue bem posicionada para capturar oportunidades de crescimento e gerar valor para seus acionistas em 2025.