A Gol divulgou uma atualização aos investidores sobre a expectativa do resultado do 3T21. Diferente da Azul, que já conseguiu recuperar toda a capacidade, a Gol ainda enfrenta a recuperação tardia do retorno às viagens, visto que ela possui competição maior nas suas rotas e maior exposição em grandes centros, que foram os mais afetados pela Covid-19.
A empresa tem sido mais disciplinada com a oferta de voos, e como não tem operação dedicada de cargo, mantém a malha enxuta para manter uma taxa de ocupação elevada e prezar pela rentabilidade nesse momento em que o preço do combustível e o dólar estão em patamares elevados.
O CASK Combustível (custos unitários com combustível) teve um aumento de aproximadamente 45% em relação ao trimestre anterior, já refletindo o aumento do preço do combustível citado acima.
A liquidez ao final do trimestre foi de aproximadamente R$1,8 bilhão, composta por R$1,1 bilhão em caixa e aplicações financeiras, e R$0,7 bilhão em recebíveis. Incluindo os valores financiáveis de depósitos, as fontes de liquidez da GOL totalizam cerca de R$3,8 bilhões.
Sobre o 4T21, período sazonalmente melhor para o setor pelas viagens de final do ano, a Gol espera aumentar a capacidade em aproximadamente 30% e voltar também com os voos internacionais depois da liberação de brasileiros em alguns países.
Os dados divulgados reforçam a nossa expectativa negativa para a empresa no curto prazo, já que a recuperação tem demorado para vir e por conta do aumento dos custos (petróleo e dólar) pressionando a rentabilidade da empresa.
*Excluindo despesas de depreciação e não operacionais relacionados à ociosidade de frota e custos de pessoal não relacionados diretamente a operação de aproximadamente R$926 milhões no 3T21, dos quais R$510 milhões não tem efeito caixa, e R$922 milhões no 3T20, dos quais R$705 milhões não tem efeito caixa.