Vemos o resultado de Gol como positivo, porém em linha com a nossas expectativas. Apesar da pressão nos custos de combustível, devido existência de uma defasagem nos repasses pela Petrobrás, a companhia conseguiu aumentar suas margens ao combinar um aumento considerável no Yield e uma boa taxa de ocupação. Também destacamos o pagamento não recorrente de aproximadamente R$ 220 milhões devido ao acordo com o departamento de justiça dos EUA que serão realizados durante os próximos 2 anos.
O Yield reportado no 3T22 foi de 44,97 centavos, o mais alto já reportado pela empresa. Contudo, mesmo com um operacional bom, tivemos uma pressão de custos com combustível, além de despesas financeiras ainda elevadas. O CASK reportado de 38,6 centavos aumentou 9% em relação ao 2T22, justamente por uma pressão maior no preço médio do QAV. O resultado financeiro ainda ruim devido às perdas com variação cambial e taxa de juros comprimiram o bottom line, levando a um prejuízo de R$ 1,55 bilhões.
No corporativo, a demanda ainda está abaixo dos níveis de 2019 em termos de demanda, porém, dado o Yield mais elevado, a receita nesse segmento já supera os níveis pré-pandemia.
A receita líquida reportada foi de R$ 4,01 bilhões, ficando em linha com as nossas estimativas (+1,2%) e com as estimativas do consenso de mercado (+1%). O EBITDA considerando os custos com desmobilização de aeronaves para renovação de frota, totalizou R$ 474 milhões, 19,7% abaixo de nossas estimativas e 17,7% menor que o consenso de mercado. A margem EBITDA reportada foi de 11,8%. O EBITDA considerado como recorrente pela empresa foi de R$ 695 milhões, revertendo o EBITDA negativo de R$ 258 milhões no 3T21.
Esperamos que a redução de aproximadamente 10% no preço do QAV, aliado a contínua inserção de Boeings 737-MAX-8 deverá reduzir os custos da companhia com combustíveis no próximo trimestre, combinado à maior taxa de ocupação e maiores tarifas da alta temporada devem impulsionar suas margens. O último trimestre do ano é melhor em termos de sazonalidade, esperamos que a demanda continue melhorando.
Nova Revisão no Guidance para 2022
Novamente a Gol apresentou uma nova redução de guidance para ano corrente. A companhia espera uma redução de aproximadamente 1% em suas margens, além de um pequeno aumento na média do preço do combustível.