Novo gigante da América Latina
GOL e Avianca Colômbia anunciaram que seus controladores irão se fundir para a criação do Abra Group. Ambas as empresas seguirão operando de forma independente e mantendo suas marcas separadas. Em suma, o grupo fará com que as empresas consigam reduzir seus custos e expandir suas rotas, serviços e produtos. Portanto, o foco da transação é gerar sinergias devido ao ganho de escala, para assim reduzir os custos unitários.
Na nossa visão, o acordo é positivo para tanto para a Gol quanto para a Avianca Colômbia. Em um momento de preços elevados de combustíveis e alto grau de alavancagem das companhias, a união de força é positiva.
Por fim, a combinação dos programas de fidelidade das companhias, Smiles (Gol) e LifeMiles (Avianca), deve gerar um forte impulsionamento no número de usuários.
Para os acionistas minoritários da companhia, não existem mudanças significativas. Como não ocorre mudança de controlador, não é necessário realizar nenhuma OPA. A Avianca ainda informou que outros investidores se comprometeram a investir mais de US$ 350 milhões na nova holding, o que pode resultar em novos aumentos de capital nas controladas, que aí sim teriam efeito negativo para os acionistas minoritários, devido à diluição de suas posições.
Não foram divulgadas informações quantitativas sobre a transação, portanto, não estimamos os ganhos com sinergias para a Gol ou Similes.
Dimensão do Abra Group
O Abra Group passará a exercer posição de liderança no mercado de transporte aéreo na América Latina, podendo atender mais de 1 bilhão de pessoas. O lucro operacional combinado seria superior a US$ 2,9 bilhões. As companhias aéreas do Grupo Abra oferecerão aos seus clientes uma maior malha de rotas complementares, com sobreposição mínima em seus mercados.
Como vai ocorrer a transação
A Abra Group vai receber a participação de 53,75% que o MOBI FIA possui da Gol (família Constantino). Além disso, absorvem a posição da Avianca que pertence aos fundos Elliott, South Lake, e Kingsland. Os três fundos se tornarão acionistas da Avianca após a reestruturação da dívida, e se comprometerão a fazer uma capitalização de US$ 350 milhões.
Em janeiro de 2021, os fundos Elliot Management e Caoba adquiriram o controle da Avianca Colômbia, ficando com aproximadamente 70% das ações da empresa após injetar pouco menos de US$ 1 bilhão. Paralelamente, fizeram um investimento em dívida conversível representando uma participação minoritária na Sky Airline (Chile). Por conta de recentes investimentos feitos pelos acionistas da Avianca e da Viva, o Grupo Abra também deterá uma participação não controladora de 100% dos interesses econômicos nas operações da Viva na Colômbia e no Peru.
Dessa forma, o Abra Group será controlador da Viva e absorverá o investimento em dívida conversível em participação Sky Airline.
O presidente da Kingsland Holdings, Roberto Kriete, que faz parte do Conselho de Administração da Avianca Holdings desde 2010, será o membro do conselho no Abra. Constantino de Oliveira Junior, fundador da GOL em 2001, será o CEO do Grupo. Adrian Neuhauser, atual Presidente e CEO da Avianca, e Richard Lark, atual CFO da GOL, serão Co-presidentes do Grupo, enquanto mantêm suas funções em suas respectivas companhias.
Avianca
Avianca Holdings, antiga AviancaTaca, foi formada através da fusão entre Avianca da Colômbia e TACA Airlines de El Salvador. A empresa possui instalações na Colômbia, Equador e El Salvador. Dessas regiões, opera voos para todo o continente americano e para a Europa.
A Avianca Brasil, antiga Ocean Air, não está envolvida na transação, cuja operação é independente da Avianca Holdings. As empresas operam de forma completamente distinta. Em 2019, o Synergy Group, perdeu o controle da Avianca Holdings após descumprir um acordo de empréstimo com a United, que optou por passar o controle da colombiana para a Kingsland ao invés de assumir a operação.
