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    Publicado em 31 de Outubro às 17:40:35

    Guararapes (GUAR3) | Prévia 3T23: Ainda um prejuízo

    A Guararapes divulgará o seu resultado do 3T23 na quarta-feira (08/nov), após o encerramento do pregão. Esperamos a volta de uma performance de crescimento, mas um resultado novamente impactado por uma maior atividade promocional, pressionando as margens da companhia.

    Frente a um cenário desafiador para o varejo de vestuário como um todo e com poucos gatilhos para a recuperação operacional no curto prazo, reiteramos nossa recomendação de MANTER.

    Receita de mercadorias deve crescer a um ritmo baixo

    Na vertical de varejo, esperamos a volta para uma performance de crescimento. Em nossa visão, essa dinâmica deve resultar de um leve aquecimento de vendas na principal bandeira da companhia – a Riachuelo.

    Com consumidores com a renda ainda pressionada pelo cenário macroeconômico, acreditamos que a performance mais positiva de vendas vs. o último trimestre venha de uma dinâmica de preços mais favorável ao consumidor.

    A primeira metade do trimestre foi marcada por uma maior atividade promocional, relacionada à baixa performance do volume de vendas ao longo do 2T23 e à preparação para o lançamento da nova coleção. Em seguida, a segunda metade do trimestre traz a venda da nova coleção primavera/ baixo verão, que tende a ser mais favorável ao consumidor por apresentar um ticket médio mais baixo do que a coleção anterior. Mesmo considerando a venda de itens a preço cheio, esperamos uma performance de vendas mais positiva do que a observada na coleção de inverno.

    Frente a preços mais baixos, esperamos uma leve aceleração do volume de vendas. Ainda assim, com uma demanda em recuperação, entendemos que os volumes de venda não se recuperaram completamente. Equacionando a venda de itens de ticket mais baixo com um volume ainda relativamente pressionado, esperamos um crescimento baixo de receita neste trimestre. Estimamos que a Riachuelo reporte uma leve aceleração de +3,2% a/a do faturamento líquido.

    Em relação às outras bandeiras dentro da vertical de varejo, esperamos que a Carter’s seja o destaque de crescimento no trimestre. Estimamos uma aceleração de +73,5% a/a da receita, impulsionada pela abertura de +20 unidades nos últimos 12M. Para Riachuelo Home, projetamos um crescimento de 6,6% a/a.

    Consolidando os efeitos, estimamos um faturamento líquido de mercadorias de R$ 1,4b (+4,8% a/a; -7,5% t/t), com um Same Store Sales (SSS) de 3,2% a/a.

    Quanto à Midway Financeira, projetamos uma leve queda sequencial da carteira de crédito (-1,3% t/t), em linha com o observado no 2T23. Em nossa visão, buscando a estabilização dos níveis de inadimplência, a companhia deve continuar sendo mais conservadora nas originações de crédito, impedindo grandes acelerações de receita. Desse modo, estimamos um faturamento estável t/t para Midway Financeira.

    Para a operação do shopping do grupo, o Midway Mall, esperamos uma receita em linha com os últimos trimestres.

    Consolidando as três verticais da companhia, projetamos uma aceleração de 1,7% a/a do faturamento líquido consolidado, chegando a R$ 2,0b.

    Promocional deve impactar margem bruta de varejo

    Acreditamos que o ambiente promocional deve novamente impactar a margem bruta do trimestre. Além do período tradicional de promoção que ocorre no 3T nas empresas de vestuário, a Guararapes também tem uma questão específica de estoques.

    Entendemos que, buscando normalizar o nível de estoques e voltar ao nível pré-pandemia, a varejista deve realizar um maior esforço promocional neste 3T23, levando a uma pressão de margem tanto a/a, quanto t/t.  Assim, estimamos uma margem bruta de mercadorias de 48,6% (-250bps a/a; -137bps t/t). Estimamos uma margem consolidada de 59,4% (+56bps a/a; -69bps t/t).

    Não esperamos mais grandes ganhos em termos de despesas

    No 3º trimestre do ano passado, a companhia iniciou um trabalho forte de controle de despesas, levando a importantes ganhos de margem EBITDA ao longo de 2023. Neste trimestre, com uma base comparativa já mais enxuta, não acreditamos em mais fortes ganhos de eficiência – entendemos que o nível de despesas deve se manter mais em linha com o visto no ano passado.

    Desse modo, acreditamos que o carrego negativo de margem bruta deve ter impacto sobre a margem operacional do trimestre. Estimamos uma margem EBITDA de 10,9% (-101bps a/a; -31bps t/t).

    Esperamos um prejuízo neste trimestre

    Considerando a alavancagem financeira da empresa e uma Selic ainda em um patamar de duplo dígito, acreditamos que as despesas financeiras devem continuar elevadas, impactando a última linha. Estimamos um prejuízo consolidado de -R$ 31m vs. um lucro de R$ 3m no 3T22.

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