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    Publicado em 06 de Maio às 21:57:56

    Guararapes (GUAR3) | Resultado 1T24: Um bom resultado, porém, já bem precificado!

    Ao fim do pregão dessa segunda-feira (06/mai), a Guararapes reportou as cifras decorrentes do 1º trimestre de 2024. Avaliamos o conjunto apresentado como POSITIVO, com a companhia consolidando significativa evolução tanto em termos de vendas, quanto em rentabilidade.

    Como já havíamos antecipado em nossa prévia de resultados “Guararapes (GUAR3) | Prévia 1T24: No caminho certo“, já acreditávamos que a margem EBITDA roubaria os holofotes nesse trimestre, dado o maior nível de alavancagem operacional (+vendas = +diluição de despesas). E a dinâmica foi exatamente essa!

    A maior alavancagem operacional somada a um menor montante de PDD conseguiu fazer com que a companhia mais do que dobrasse o seu lucro operacional a/a, consolidando um EBITDA de R$ 211 milhões (+141,2% a/a; +0,0% vs. Est. Genial).

    Por outro lado, um maior reconhecimento de pagamento de IRPJ/CSLL fez com que a Guararapes reportasse um prejuízo ~67% acima do esperado, negativo em R$ 116 milhões (+34,0% a/a).

    Dado o movimento dos últimos 5 dias (GUAR3 +17%), entendemos que o patamar que Guararapes negocia hoje já está bem precificada (~17,0x P/E 2024 E). Atualmente, avaliamos maiores oportunidades de risco e retorno no investimento em Renner, líder de mercado, negociando a 15,0x P/E 2024 E − um desconto quando comparado à média do setor e também em relação ao seu próprio histórico (média dos últimos 5 anos de 27,5x P/E).

    Com isso, reiteramos a nossa recomendação NEUTRA para Guararapes, com preço-alvo 12M de R$ 8,50.

    Same Store Sales é um destaque desse trimestre

    Quando olhamos para a visão do 1º trimestre, duas linhas nos chamaram a atenção de forma positiva: o maior Same Store Sales e recomposição de lucro operacional. A Guararapes reportou um faturamento de mercadorias 11,4% maior do que o visto no 1º trimestre de 2023, atingindo R$ 1,3 bilhão (+0,9% vs. Est. Genial).

    Com um crescimento de 0,4% a/a na área de vendas, o crescimento da receita líquida de mercadorias ficou por conta da variável “volume”, dado a estabilização de preços na categoria de vestuário ao longo dos últimos meses.

    A companhia registrou Same Store Sales de lojas físicas (exc. vendas no digital e inc. vendas de fashiontronics) de 7,9% a/a − uma importante evolução no indicador tanto na visão sequencial (+120bps a/a), quanto também no a/a (+310bps a/a). Entendemos que as categorias de “Beleza” e “Eletrônicos” ainda continuam detratando o crescimento desse indicador, contudo, esperamos uma melhora gradual ao longo do 2º semestre desse ano.

    Analisando mercadorias por segmento, continuamos a ver Carter’s como destaque de crescimento (Rec. Líquida +39,4% a/a), seguida pelo crescimento em Casa Riachuelo (+33,3% a/a) e pela Riachuelo (+10,1% a/a). Em relação ao estimado, vemos a categoria de Casa & Decoração performando acima de nossa estimativa e com um ganho de inclinação em relação ao reportado no 4º trimestre de 2023.

    Rentabilidade bruta de mercadoria avança fortemente

    A maior aceitação dos clientes à coleção junto a estratégia de precificação de produtos fez com que a Guararapes extraísse maior eficiência do metro quadrado nesse trimestre. A companhia reportou um lucro bruto consolidado de R$ 1,2 bilhão (+8,7% a/a; -0,3% vs. Est. Genial) e uma margem bruta de 58,6% (-20bps a/a; -40bps vs. Est. Genial).

    Quando analisamos apenas o segmento de mercadoria vemos uma evolução de +170bps a/a na margem bruta, atingindo 48,0% nesse trimestre. Vale lembrar que trimestres ímpares costumam trazer maiores efeitos de precificação de coleção mais pesada do verão e do inverno e, naturalmente, isso impacta o nível de rentabilidade bruta.

    EBITDA mais do que dobra a/a

    A combinação de três fatores deram um boost o crescimento do lucro operacional nesse trimestre: (i) carrego positivo da margem bruta de mercadoria (+170bps a/a), (ii) menor montante de PDD líquida de recuperação e desconto (-17,1% a/a) e (iii) maior diluição de SG&A (que passou de 39,9% da receita líquida para 39,2%).

    Com isso, a companhia registrou crescimento de EBITDA de 2,5x em relação ao apresentado no 1T23 e uma margem EBITDA (visão pós-IFRS 16) +580bps maior a/a. Sem dúvidas, essa linha foi a “cereja do bolo” deste resultado!

    Maior reconhecimento de IRPJ/CSLL impacta a última linha

    Com o fim dos incentivos fiscais relativos ao ICMS somada aos menores efeitos de reversão do imposto deferido e ao maior lucro tributável da Midway − o qual reconheceu o pagamento de R$ 29 milhões vs. o ressarcimento de R$ 11 milhões no 1T23 −, a Guararapes consolidou o pagamento de R$ 60,7 milhões de IRPJ/CSLL no 1T24. O número se consolidou 3,3x superior ao montante que estimávamos (esperado em -R$ 18 milhões).

    Com isso, a companhia registrou um prejuízo de R$ 116 milhões (+34% a/a) e uma margem negativa em 5,8% (+380bps a/a).

    O que mais?

    Outros pontos relevantes: (i) Melhora de 28 dias no ciclo de caixa, impactado por uma otimização substancial na linha de estoques (-18 dias a/a); (ii) Com a otimização do Capital de Giro e menor nível de Capex (-14,3% a/a), a companhia apresentou uma geração de caixa livre de R$ 196,7 milhões no trimestre; (iii) com a amortização antecipada de R$ 342 milhões, a a companhia segue com a estratégia de otimizar a sua estrutura de capital, a alavancagem financeira caiu de 1,0x no 4T23 para 0,8x no 1T24.

    Tabela 1: Expectativa Genial vs. Consolidado pela Guararapes no 1T24 (R$ milhões; IFRS 16).

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