O resultado do 3T24 da Hapvida reflete o contínuo esforço da empresa em sua jornada de reestruturação, com foco em recuperação operacional e controle de custos. O terceiro trimestre trouxe sinais mistos, onde a empresa conseguiu manter a sinistralidade em níveis gerenciáveis, apesar de enfrentar desafios na retenção de beneficiários e nas despesas administrativas.
A receita líquida apresentou um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada pelo reajuste do ticket médio. O desempenho da companhia continua pautado pela adaptação ao cenário de judicialização crescente e pela recomposição de preços, fatores que pressionam tanto a receita quanto os custos operacionais.
Apesar das pressões, a companhia apresentou uma sólida geração de caixa e melhorou sua posição de alavancagem, refletindo a eficiência nas iniciativas de reestruturação. O desafio, contudo, permanece em manter a trajetória de crescimento e rentabilidade à medida que a empresa ajusta suas operações para otimizar resultados futuros.
Receita líquida
A receita líquida do trimestre totalizou R$ 7,3 bilhões, registrando um crescimento de 6,6% em relação ao 3T23. Esse desempenho positivo foi sustentado por reajustes no ticket médio, que subiu 9,6% ano a ano, de R$ 251,8 para R$ 276,0. Esse aumento reflete a eficácia da estratégia de precificação, que visa compensar a retração na base de beneficiários e a menor receita proveniente de novos contratos.
Embora o número de beneficiários tenha apresentado leve queda, a recomposição de preços contribuiu para mitigar o impacto na receita, garantindo um avanço sólido. A estratégia de reposicionar preços em meio a um cenário de alta judicialização e pressão de custos é fundamental para a companhia manter sua base de receita, especialmente enquanto trabalha para fortalecer sua competitividade e reter beneficiários.
Custos e Sinistralidade
A sinistralidade caixa da Hapvida atingiu 70,4% no 3T24, uma melhora de 1,5 ponto percentual em relação ao 3T23. Essa redução é fruto dos esforços de reprecificação da carteira e dos reajustes agressivos de preços, que têm sido implementados desde 2023 como parte da estratégia para melhorar esse indicador. A recomposição de preços e a revisão de contratos vêm permitindo à companhia ajustar suas margens em meio ao ambiente de aumento de custos, fortalecendo a rentabilidade da operação.
Além disso, o controle de custos também tem sido beneficiado pela verticalização dos serviços e pela padronização de protocolos, que permitem à Hapvida otimizar suas operações e reduzir o impacto dos custos médicos e hospitalares. Com essa abordagem, a empresa busca manter a margem EBITDA em níveis saudáveis e assegurar uma gestão financeira robusta. A expectativa é que essas iniciativas de reprecificação continuem contribuindo para a sustentabilidade das margens nos próximos trimestres, reforçando o compromisso da Hapvida com a eficiência operacional e a gestão de sinistralidade.
Lucro Líquido e Geração de Caixa
O lucro líquido ajustado do trimestre foi de R$ 324,5 milhões, uma alta de 24,3% na comparação anual, impulsionado pela sólida geração de caixa e pela redução gradual da alavancagem. A geração de caixa livre superou os R$ 100 milhões pelo terceiro trimestre consecutivo, evidenciando a resiliência financeira da empresa e sua capacidade de sustentação mesmo em meio ao processo de reestruturação.
