No último ano, a Hapvida enfrentou desafios tanto em relação ao cenário econômico do Brasil quanto internos. No cenário macroeconômico, o reajuste negativo nos planos individuais/familiares e uma inflação crescente criou uma conjuntura complicada para o setor. Ao mesmo tempo, a ocorrência da pandemia de COVID-19 somada à inclusão de novas terapias no rol de coberturas obrigatórias da ANS, resultou em um ambiente operacional complexo. No âmbito interno, a integração da fusão se mostrou difícil e lenta, gerando desafios operacionais.
Reajustes e recomposição de margens
Agora, em 2023, a empresa está firmemente empenhada em oferecer segurança e solidez em sua proposta de oferecer saúde integrada de qualidade, visando se tornar administrativamente “Uma Empresa Única”. Com um enfoque na recuperação de margens e rentabilidade, a empresa busca implementar os reajustes necessários sem comprometer o tamanho da carteira de beneficiários.
Para alcançar esse objetivo, a Hapvida está priorizando os reajustes nos planos, buscando um equilíbrio entre a rentabilidade e crescimento da carteira. No geral, é esperado que o segundo trimestre encerre com um reajuste médio de 15%, marcando uma aceleração em relação ao registrado no primeiro trimestre, que foi de aproximadamente 11%. Essas medidas de reajuste desempenham um papel fundamental na melhoria da rentabilidade da empresa. Além disso, a Hapvida anunciou que pretende entregar 90% dos reajustes da sua carteira de grandes contas e empresarial que celebrou aniversário no mês de maio até o final do trimestre.
A integração é palavra-chave
Um dos principais destaques do Investor Day, foi o avanço na integração das operações de Hapvida e Notre Dame. De um lado, na “Regional 1” (operações no Norte, Nordeste, Centro Oeste, e interior de São Paulo), foi relatado bom progresso, destacando-se o estabelecimento de um núcleo de observação e controle, além do plano de atingir 80% de verticalização até setembro. Essas iniciativas têm contribuído para melhorar a governança, permitindo um maior controle da qualidade dos serviços assistenciais, eficiência nos custos e manutenção dos índices de sinistralidade. Por outro lado, na “Regional 2” (operações em São Paulo, Rio e no Sul), a verticalização e integração ainda não estão no mesmo nível da “Regional 1”. Embora haja planos de alcançar essa meta até 1º de abril de 2024, estamos cautelosos em relação ao cumprimento do prazo. Parte importante desses avanços, são a padronização do atendimento e integração de sistemas e tecnologias.
Plano de reestruturação societária
Encerrando o evento, o Diretor Financeiro, Mauricio Teixeira, apresentou o plano de reestruturação societária da empresa, o qual, uma vez concluído, tem o potencial de gerar créditos fiscais superiores a R$ 6 bilhões anualmente, resultando em uma redução de impostos de aproximadamente R$ 2 bilhões por ano.
Essa reestruturação está dividida em várias etapas planejadas. Para 2023, o plano consiste na incorporação de 17 entidades que atualmente operam de forma separada, o que deverá gerar créditos fiscais de R$ 172,8 milhões por ano. Essa integração culminará na geração de créditos fiscais de aproximadamente R$ 300 milhões por mês.
Conforme exposto acima, vemos com bons olhos os avanços no processo de integração da Hapvida com o GNDI, especialmente na “Regional 1”, colhendo as sinergias decorrentes da fusão. Por fim, o evento foi positivo, mas ainda estamos cautelosos com os resultados da companhia em 2023. Portanto reiteramos nossa recomendação de MANTER com um preço-alvo para R$ 5,00.