Fale agora ou cale-se para sempre…
A fusão entre a Hapvida e GNDI está próxima de sair e deve criar uma operadora de saúde gigante com ~R$ 27,5b de receita em 2022, ~R$ 2,5b de lucro, 13,5m beneficiários e 84 hospitais, se tornando a maior operadora do Brasil em beneficiários. Esperamos a obtenção de grandes sinergias com a fusão, dentre as quais se destacam: (i) atuação nacional da nova companhia, tendo em vista a forte concentração da Hapvida no norte e nordeste e da GNDI no sul e sudeste; (ii) ganho de escala na compra de materiais e otimização de custos administrativos. Dadas as sinergias e baixa sinistralidade das companhias propiciada pelo modelo verticalizado, acreditamos que a nova empresa navegará de vento em popa no crescimento de beneficiários na base da pirâmide, fazendo gradativamente um upsell de planos mais sofisticados. Ao valuation de 15,8x EV/EBITDA 22 de Hapvida e 15,4x GNDI reiteramos a nossa recomendação de COMPRAR para ambas as empresas.
O Cade aprovou sem restrições a fusão entre Hapvida e GNDI Intermédica. A operação ainda está sujeita a manifestações do tribunal do Cade, que poderão ocorrer em até 15 dias e são a última etapa antes da conclusão da fusão. A proposta de fusão dos negócios foi feita em jan/21 pela Hapvida, tendo sido acordada com a GNDI em fev/21 e aprovada pelas respectivas assembleias gerais (AGE’s) em mar/21.
As ações da GNDI serão incorporadas pela Hapvida. Os acionistas de GNDI receberão 5,249 ações ordinárias de Hapvida e R$ 6,45 por ação corrigidos pelo CDI acumulado entre a data de aprovação pelos acionistas das companhias (mar/21) e de conclusão da operação.
Como resultado da fusão, o conselho de administração da empresa resultante aumentará para pelo menos 9 membros, indicados pela GNDI, 5 indicados pela Hapvida e 2 independentes. O presidente do conselho será um dos membros indicados pela Hapvida. Os atuais presidentes da GNDI e Hapvida serão co-CEO’s da nova empresa.
Os principais benefícios elencados pelas companhias para a fusão são: (i) integração de produtos, estruturas hospitalares e recursos; (ii) redução dos custos operacionais através do compartilhamento de uma única estrutura administrativa e maior poder de barganha na compra de insumos com fornecedores; (iii) atuação nacional, tendo em vista grande complementariedade geográfica das companhias.
A Hapvida e GNDI juntas formarão uma das maiores operadoras de saúde verticalizadas do mundo. O modelo de negócio verticalizado é aquele em que a seguradora possui hospitais e clínicas próprias ao invés de direcionar seu cliente à terceiros para efetuar procedimentos de saúde. Por ter uma operação própria, as seguradoras verticalizadas conseguem ter um melhor controle de custos, reduzindo sinistralidade.