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    Publicado em 25 de Abril às 20:02:18

    ITUB4, BBAS3, BBDC4 e SANB11 | O que esperar do resultado dos bancos no 1T22? 

    Os resultados dos bancões devem variar no 1T22, portanto acreditamos que a escolha dos melhores resultados ser importante, pois geralmente o desempenho das respectivas ações é reflexo dos bons fundamentos. O Itaú e Banco do Brasil devem ser os destaques na nossa avaliação. O Itaú possui uma boa dinâmica de receita, que vem mitigando a elevação das provisões de crédito duvidoso. Já o Banco do Brasil (BB) deve continuar a ser beneficiado com os resultados da PREVI e baixas provisões. As baixas provisões do BB são resultados de uma carteira de crédito mais conservadora e elevado índice de cobertura, como já pontuamos em diversos relatórios. 

    Apesar de ambos apresentarem dinâmicas positivas, o nosso banco preferido segue sendo o Itaú. A boa dinâmica de receitas favorece o Itaú quando comparado ao BB. Ademais, o BB está sendo beneficiado pelo resultado da PREVI, que tende a arrefecer no longo prazo, e possui risco político em meio a ano eleitoral que deve continuar a pautar a agenda nos próximos trimestres. 

    No 1T esperamos um resultado da seguradora ainda mais pressionado para o Bradesco por conta da alta da Selic mais acentuada que as expectativas iniciais, trazendo uma dinâmica menos positiva no trimestre. No entanto, esperamos uma melhora gradativa na seguradora ao longo do ano contribuindo para o resultado. Apesar do consumo rápido, o índice de cobertura (colchão de provisão para crédito em atraso) continua alto, que favorece o Bradesco em meio a cenário de elevação da inadimplência. 

    O Santander é o banco que estamos menos otimistas, percepção justificada pelo menor índice de cobertura e expectativa de baixo crescimento de lucro no ano. No balanço geral, o 1T deve ser positivo para os bancos, com avanço de lucro t/t e a/a exceto para o Santander. Estamos aletrando a nossa recomendação para Santander de COMPRAR para MANTER. Para saber mais sobre expectativas dos resultados para o trimestre e ano e nossas recomendações continue lendo! 

    Itaú (ITUB4 | ITUB3): o nosso preferido 

    Estamos otimistas com os resultados do Itaú no 1T22. Esperamos um lucro crescendo 1,5% t/t e 13,5% a/a. A continuidade do crescimento da receita de juros (NII) t/t e a/a deverá compensar o aumento das provisões para crédito de liquidação duvidosa (PDD). A PDD deve continuar em patamares elevados no comparativo a/a, em função da normalização da inadimplência esperada para 2022. O Itaú deve ter uma boa performance no NII ao longo do ano, puxada pelo: (i) crescimento de carteira; (ii) melhora do mix de crédito, com maior participação de créditos com taxas mais altas; (iii) reprecificação da carteira, e; (iv) maior da remuneração do capital de giro para suportar negócio de crédito em função da elevação da Selic. 

    A carteira de crédito deverá crescer menos no 1T, principalmente pela sazonalidade de linhas rotativas e a valorização do Real impactando as carteiras atreladas ao dólar. No final do ano, o período de festas impulsiona créditos atrelados a consumo, como de cartão de crédito e cheque especial. No início do ano observamos o oposto, com uma desaceleração t/t.  

    Após a entrada de um novo time de gestão na seguradora, as receitas de seguros devem continuar avançando forte a/a com recuperação dos efeitos do Covid. Em taxas de serviços, assim como o crédito em linhas rotativas, esperamos um resultado mais fraco. Puxados pelo consumo, as taxas de cartões tem uma contribuição grande para a receita de serviços no 4T. Além disso, a saída da XP deve prejudicar o comparativo a/a de receitas de serviços. Com o spin-off (separação das empresas), o resultado da XP deixa de compor as receitas de serviços do Itaú. Mas mesmo assim, no consolidado, esperamos um bom desempanho na parte de seguros e serviços financeiros.  

    A alíquota do Itaú deve vir mais baixa se comparada aos patamares de 2021. O aumento da TLP e maior patrimônio favorecem o maior pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), que gera um benefício fiscal. A TLP aumentou como reflexo da elevação da Selic. Apesar de esperarmos o mesmo efeito para os demais bancos, exceto para o Bradesco, o Itaú tem sido mais vocal no tema. 

    Ao valuation de 1,48x P/VP 22 e 8,0x P/L 22, reiteramos a recomendação de COMPRAR para o banco como o nosso preferido para 2022. A boa dinâmica de receitas deve impulsionar resultado mesmo com elevação de provisões ao longo do ano. No meio do guidance, o Itaú indica crescimento de lucro de 14,7%.   

    Banco do Brasil (BBAS3): o mais defensivo dos bancões 

    O resultado do Banco do Brasil no 1T deve ser novamente positivo. Esperamos um lucro estável (flat) t/t e 20,9% a/a. Assim como nos últimos trimestres, o resultado deverá continuar ser ajudado pela contribuição positiva da PREVI e da baixa provisão para crédito duvidoso. A PREVI é um plano de previdência dos funcionários do BB com benefícios definidos. Os planos de benefícios definidos dão ao beneficiário o direito de receber um montante pré-estabelecido. Caso os rendimentos do portfólio superam os benefícios a serem pagos, o excedente circula no resultado do BB.  

    A baixa provisão que o BB vem apresentando se deve ao elevado índice de cobertura e carteira de crédito com mix conservador, ou seja, que tem uma menor inadimplência. No 4T, o índice de cobertura (reservas de PDD sobre inadimplência) do BB estava em confortáveis 325%, a maior cobertura entre os grandes bancos. A carteira do BB é mais concentrada em crédito rural e consignado quando comparado aos outros bancos. 

    Assim como citamos para o Itaú, a carteira do BB e receitas de serviços deve crescer menos t/t em função da sazonalidade do 1T. Com a continuidade da alta da Selic em ritmo acelerado, o Banco do Brasil deve continuar sofrendo com a elevação do custo de captação (funding). Em função da elevação do custo de funding esperamos um NII estável (flat) t/t. Os efeitos da alta da Selic no custo de captação devem reduzir gradativamente ao longo do ano, expandindo NII, por conta do custo de capitação com a poupança que bateu o teto ao final de 2021. Isso mitiga parcialmente nosso medo quanto ao custo de funding pressionar os resultados do BB.  

    Ao valuation baixo de 0,61x P/VP 22 e 3,96x P/L 22 reiteramos a recomendação de COMPRAR para BB. A expectativa de melhora de receitas para o ano, carteira com mix mais conservador e bons níveis de provisão contribuem para a recomendação. Do lado negativo, o ambiente eleitoral de 2022 pode pressionar a cotação, dado risco político. 

    Bradesco (BBDC4 | BBDC3): expectativas mistas 

    A nossa expectativa para o resultado de Bradesco é mista. Esperamos variação de lucro de 2,5% t/t e de 4,0% a/a. O NII clientes (resultado de empréstimos) deve continuar com um bom avanço a/a, assim como sinalizava o guidance. O guidance indicava um crescimento do NII clientes de 10% no meio da faixa. Do lado negativo, a margem com o mercado mais fraca, resultado pressionados da seguradora e elevação t/t da PDD devem continuar prejudicando o avanço de lucro. 

    O Bradesco já vinha sinalizando a expectativa de um NII mercado (resultados de operações de tesouraria) mais fraco no ano. A seguradora também deve ser impactada pela nova onda de Covid no início do ano, assim como o resultado financeiro deve vir mais fraca pela alta de juros no curto prazo. Apesar de não ter impactado os seguros de vida com o baixo número de óbitos, a elevação dos atendimentos em pronto atendimento deve elevar a sinistralidade do seguro saúde. Já a PDD (provisão para crédito duvidoso) deve crescer t/t em decorrência da elevação da inadimplência e crescimento da carteira.  

    O resultado de seguros deve ser mais robusto nos demais trimestres, convergindo para o guidance que sinaliza crescimento de 20,5% no meio da faixa indicativa. O resultado da seguradora no ano também deve ser beneficiado pela melhora do resultado financeiro com a alta da Selic no médio prazo. Diferentemente dos demais bancos, a alíquota efetiva do Bradesco não deverá cair relevantemente a/a pelo término da amortização de ágil da compra do HSBC. 

    Ao valuation de 1,2x P/VP 22 e 7,3x P/L 22 seguimos recomendando COMPRAR Bradesco. Entretanto, na nossa avaliação os resultados do ano não animam tanto quanto os do Itaú e do BB. De acordo com sinalização do guidance, esperamos um lucro crescendo 9,4% a/a no meio da faixa indicativa. Do lado positivo, a melhora dos resultados da seguradora devem voltar a contribuir de forma relevante com o lucro do banco no ano. A seguradora corresponde a 1/3 do lucro em períodos normalizados.

    Santander (SANB11): sem avanço de lucro 

    Esperamos um resultado morno para Santander no 1T. O lucro deve crescer 2,6% t/t e cair 0,8% a/a. O resultado deve ser impactado pelo baixo NII mercado e a elevação da PDD. No 4T21 a margem com mercado já havia retraído 30,9% t/t. A margem com clientes deve continuar crescendo forte a/a, em função principalmente da maior remuneração do capital de giro para operações de crédito decorrente da alta da Selic. 

    O Santander possui o menor índice de cobertura entre os grandes bancos, tendo terminado o ano em 220%. Dado índice de cobertura mais baixo, o Santander tende a ser mais impactado pela elevação da inadimplência no ano. 

    Ao valuation de 1,41x P/VP e 7,63x P/L revisamos a recomendação de Santander para MANTER. No entanto, ele é o que menos gostamos entre os bancões, dado índice de cobertura mais baixo e crescimento mais modesto de carteira de crédito para o ano. Esperamos que o lucro cresça entre 5 e 10% no ano.  

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