Realizamos na última quarta-feira (05/07) uma visita em uma das plantas da Seara, em Osasco (SP), junto a investidores institucionais. A visita foi guiada pelo Marcelo Ambrosio, Gerente da Unidade, Daniel Morelli, Coordenador de Produção, e Felipe Cruz, coordenador de Relações com Investidores da JBS.
Esta unidade possui foco na produção de alimentos preparados e processados, com produtos que atendem desde o pequeno varejo, até grandes redes de restaurantes pelo Brasil, como Outback Steakhouse, Applebee’s e Burger King.
Ela também é responsável pela fabricação de demais produtos da marca Seara, como quibes, empanados, polpetones gourmet, entre outros, e produz cerca de 1,2k toneladas de alimentos por mês.
Foi possível observar o funcionamento de linhas de produção que produzem hambúrgueres, empanados de frango, entre outros. Destaque para o fato de a planta também produzir alimentos à base de proteína vegetal, apostando no público vegano, com a linha “Incrível!”.
Alguns outros fatores que chamaram a nossa atenção: o fato de a fábrica operar 6 dias por semana (paralisando apenas aos domingos), possibilidade de exportar processados para países da América Latina a partir desta planta no futuro e linhas recentemente modernizadas.
Acreditamos que o segmento de processados da Seara deverá focar, ao longo dos próximos meses e anos, na produção de alimentos que sejam práticos para a preparação e que possam ser vendidos em quantidades menores. Estamos otimistas com a linha de empanados.
E em relação às margens?
Com a forte queda nas principais commodities que compõem os custos da Seara, como o milho, esperamos uma expansão de margens de modo sequencial ao longo do ano para as operações. Esta expansão deve ser observada, principalmente, a partir do 2S23.
No entanto, vale notar que a demanda no mercado doméstico, dado dificuldades macroeconômicas, encontra-se em um nível moderado, ou seja, não muito forte, o que limita um pouco a expansão de margens mencionada.
Gripe aviária: um risco para Seara?
Dado alto padrão sanitário nesta e em demais plantas da Seara, acreditamos que a possibilidade de ser detectado um caso de gripe aviária em uma ave de criação da empresa é muito baixa.
No entanto, com o crescente número de casos em aves silvestres no Brasil, não descartamos a potencialidade de surgir um caso em algum frigorífico de menor porte. Neste caso, acreditamos que a exportação de carne de frango brasileira pode sofrer fortes restrições, prejudicando a Seara.
Nossa visão
Com resultados fracos no 1T23 e perspectivas ainda complicadas em termos de margens para as operações JBS Beef North America, acreditamos que o pior já passou para os demais segmentos (JBS USA Pork, PPC, JBS Australia e Seara).
Enxergamos a companhia negociando a 5,1x EBITDA 24E, abaixo da média histórica de 5,5x, e vemos um elevado upside em relação ao preço de tela atual. Assim, mantemos o otimismo para o médio prazo e reiteramos nossa recomendação de COMPRA com preço-alvo de R$ 30,00.