A Iguatemi reportou resultados positivos relativos ao 3T25, que surpreenderam o consenso do mercado. De maneira geral, os números mostram uma melhora operacional em relação ao 3T24, à medida que a companhia segue apresentando avanços em sua taxa de ocupação – que encerrou o trimestre em 96,1% (+0,2 p.p. a/a) -, obtendo repasses reais de aluguéis e mantendo sequência de crescimento nas vendas dos lojistas, o que, por sua vez, corrobora a continuidade da tendência de repasses reais nos aluguéis, ainda que possivelmente em um ritmo mais moderado, conforme comentaremos a seguir. O trimestre em questão, quando comparado ao 3T24, considera a aquisição das participações nos shoppings Rio Sul e Pátio Paulista, além do aumento da participação no Pátio Higienópolis – efeito que se reflete diretamente no crescimento das vendas totais do portfólio, que avançaram 22,5% na base anual. No entanto, para tornar a comparação operacional mais justa, utilizaremos os números referentes à mesma base de ativos existente no 3T24.
O SAR (Same Area Rent) reportado pela Iguatemi no trimestre foi de 7,5%, representando um ganho real de 2,8 p.p. sobre o IGP-M aplicado aos contratos, enquanto o SAS (Same Area Sales) foi de 9%, o que indica ganho real de 3,8 p.p. em relação ao IPCA no período. Em comparação aos resultados da Multiplan, entendemos que a Iguatemi apresentou indicadores operacionais relativamente melhores, ainda que ambas as companhias tenham sido impactadas pela retomada do comércio após as enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram a base de comparação com o 3T24.
Ainda assim, chamamos atenção para uma possível desaceleração no crescimento das receitas de aluguel, tendo em vista que, mesmo com ganho real mais expressivo em relação às vendas, a Iguatemi apresentou variação real marginalmente inferior nos repasses de aluguel em comparação à Multiplan. Além disso, em ambos os casos, observamos tendência de manutenção ou alta nos custos de ocupação, o que pode dificultar uma continuidade mais robusta dos repasses ao longo de 2025 e 2026.
A receita líquida reportada totalizou R$ 381 milhões (+17,7% a/a), vindo 6,7% acima do consenso de mercado. O resultado operacional e o EBITDA foram de R$ 271 milhões (+33,5% a/a) e R$ 302 milhões (+20,6% a/a), respectivamente, refletindo uma melhor otimização de custos em relação ao mesmo trimestre do ano anterior – que, por sua vez, recuaram 5,8% -, especialmente no que diz respeito às despesas com serviços de terceiros e estacionamento.
No que se refere às despesas operacionais, a companhia reportou aumento de 11,4% a/a, impactado principalmente por uma maior provisão de stock options, decorrente de uma base ampliada de colaboradores elegíveis. Ainda assim, destacamos que a companhia apresentou ganho de 8,4 p.p. a/a em sua margem operacional.
O lucro líquido totalizou R$ 129 milhões (+8,8% a/a), equivalente a uma margem de 33,8%, que apresentou leve redução de 2,8 p.p. em relação ao 3T24, majoritariamente impactada por uma piora no resultado financeiro, em função de menor volume de caixa aplicado e aumento no custo de capital. O NOI da companhia foi de R$ 298 milhões (+17,7% a/a), enquanto o FFO totalizou R$ 160,3 milhões (-3,6% a/a), impactado principalmente pela deterioração do resultado financeiro.

