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    Publicado em 28 de Abril às 18:33:56

    Proteínas | Prévia de resultados 1T22: JBSS3, BEEF3, MRFG3 e BRFS3

    As empresas de proteínas brasileiras reportam seus resultados do 1T22 durante as próximas duas semanas, nos dias 03/05 (Marfrig), 04/05 (BRF), e dia 11/05 para ambas JBS e Minerva. Acreditamos que os resultados devem seguir em tendência positiva para a Marfrig e para Minerva, por conta do foco em mercados internacionais e em carne bovina. A JBS também deve seguir essa tendência, com a adição de resultados mais positivos para frangos e processados nos EUA, representando uma melhora sequencial e anual na divisão, porém a Seara (divisão de frangos e processados no Brasil) ainda deve sofrer com inflação de alimentos elevada e preços de insumos altos. Por conta dessas mesmas razões, a BRF (que foca em frangos, suínos e processados) é a única empresa do setor que estamos mais pessimistas, justamente pelo foco nesses produtos e também por conta da alta relevância da performance no Brasil, que ainda sofrerá com consumo. Com isso, ajustamos o preço-alvo da BRF para R$ 15,00.

    JBS

    A maior empresa de proteínas do mundo deve seguir reportando fortes resultados, se aproveitando principalmente de uma forte demanda por proteínas em geral nos EUA. Suas divisões focadas no mercado americano – a JBS USA Beef e a Pilgrim´s Pride Corporation (PPC) – devem vir com fortes aumentos de EBITDA a/a, com aumentos acima de 50% para ambas as operações. Já a JBS USA Pork, divisão de suínos nos EUA, ainda deve ver um aumento relevante mas não tão forte quanto as outras divisões, por conta de preços de suínos ainda em patamares elevados. No Brasil o cenário é mais desafiador, e a Seara ainda deve reportar números piores – apesar de enxergarmos maiores vendas, a alta inflação e pressão de custos deve pressionar as margens da divisão. A JBS Brasil (divisão de carne bovina) deve ter crescimento por conta de uma base comparativa mais fraca (o 1T21 foi péssimo para a divisão), além de ainda poder se aproveitar parcialmente de exportações, o que à coloca exposta a outros países onde a demanda está mais atrativa (principalmente China e outros asiáticos). No consolidado, como esperamos um crescimento a/a de 20% de receita, expansão em +2,5 p.p. de margem EBITDA e mais de 100% de aumento no lucro, estamos com uma visão positiva para o trimestre.

    OBS: Apesar de que na comparação sequencial (t/t) esperamos ver uma redução em todas as principais linhas, isso pode ser explicado por um 4T21 que foi excepcionalmente forte além da sazonalidade normal da companhia, que normalmente tem uma performance elevada na segunda metade do ano.

    Minerva

    Uma empresa focada apenas em carne bovina e a maior exportadora do produto na America Latina, a Minerva deve apresentar bons resultados nesse 1T22, com aumentos de volumes de exportação do Brasil tanto na comparação anual como na sequencial. A China retomou as importações de carne do Brasil (durante quase todo o 4T21 o país asiático havia colocado uma restrição do produto, por conta dos casos da doença BSE encontrada nos animais no Mato Grosso e Goiás) e isso deve impulsionar as vendas da companhia. Olhando para a divisão Athena, esperamos ver uma desaceleração inevitável vindo da Colômbia e do Paraguai, que tem a Rússia como um grande cliente historicamente, e agora por conta da guerra os volumes sofrerão. Contudo, ainda esperamos uma performance muito boa no consolidado, impulsionada por forte demanda vindo de outros países além de preços atrativos do produto. Vemos uma leve aceleração de margem EBITDA a/a de +0,4 p.p., chegando em 8,8%, e um crescimento de 26,5% de EBITDA, atingindo o patamar de R$ 600 mi.

    Marfrig

    Cenário parecido com a JBS, ainda se aproveitando da alta disponibilidade de gado nos EUA e forte demanda dos consumidores americanos, os fortes resultados da Marfrig devem permanecer nesse trimestre. O frigorífico possui maior foco em carne bovina e EUA, justificando então uma performance ótima dado o cenário atual. Uma desaceleração sequencial é inevitável por conta do 4T21 ter sido fora do comum. Ao todo, acreditamos que o EBITDA aumentará em 55% a/a, chegando a R$ 2,5 bi, além de um aumento de 25% de receita, totalizando R$ 21,5 bi. Esperamos ver uma redução de lucro de -60,2% a/a por conta do investimento na BRF, que vem tendo fraca performance no preço de sua ação e afeta o resultado financeiro da Marfrig. Apesar dos esperados bons resultados, nossa visão de longo prazo é mais conservadora, pois acreditamos que o ciclo de carne bovina nos EUA deve normalizar no segundo semestre de 2022.

    BRF

    Os desafios permanecem para a BRF. A alta inflação e o fraco cenário de consumo no Brasil, que conta por cerca de 50% de sua receita, devem seguir afetando negativamente a performance da empresa, que já vê o preço de sua ação desvalorizar cerca de -35% em 2022. Além disso, o dólar caro e os altos preços de commodities agrícolas que afetam diretamente os custos de produção da empresa (milho e soja) devem seguir pressionando as margens da companhia. A performance de seu segmento internacional e preços um pouco melhores para aves no geral devem agregar para um aumento de 13,5% a/a. Contudo, sua margem EBITDA deve ficar em 7,4%, forte redução de -3,9 p.p. a/a. Por conta de uma possível melhora no cenário mais próxima ao final do ano, ainda não recomendamos nem comprar nem vender o papel, porém reduzimos o nosso preço-alvo para R$ 15,00 e recomendamos MANTER, dado o cenário ainda bastante incerto para a empresa.

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