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    Publicado em 12 de Agosto às 02:31:46

    Localiza (RENT3) | 2T22: É hora de ir às compras!

    Consideramos o resultado neutro. Os principais destaques negativos foram a queda da margem bruta de seminovos mais rápida do que o esperado e queda da tarifa no RAC, enquanto seu principal concorrente conseguiu aumentar mesmo com a sazonalidade contra. O principal destaque positivo do trimestre foi o bom volume de compra de veículos, acima das nossas estimativas. Por outro lado, o preço médio do carro comprado de R$ 92,53 mil nos mostra que o mix de carros ainda não é o desejado

    Apesar do crescimento de volume, houve piora nas margens. Essa piora foi puxada por i) um efeito não recorrente relativo a gastos com novas iniciativas para melhorias no ecossistema, ii) mais custos de preparação devido ao aumento relevante da frota, iii) devido a maior pressão nos custos, resultante de maiores despesas com manutenção de veículos, dada uma idade média elevada da frota e iv) um resultado financeiro penalizado pela alta taxa de juros.

    A receita líquida totalizou R$ 3 bilhões, crescendo 13% a/a e 12% t/t, ficando 7% acima das nossas expectativas e 3% abaixo do consenso de mercado. O EBITDA reportado foi de R$ 1,1 bilhões, representando um decrescimento de 2% na comparação com o 1T22 e um crescimento de 45% com relação ao mesmo trimestre do ano passado, ficando 5% abaixo do nosso consenso e 4% abaixo do consenso de mercado. Por fim, o lucro líquido totalizou R$ 457 milhões, caindo 12% t/t e subindo 2% a/a, sendo 14% abaixo das nossas estimativas e 6% abaixo do consenso de mercado.

    Apesar da fusão entre Unidas e Localiza, os resultados do 2T22 ainda foram divulgados de forma separada, visto que a incorporação foi feita no dia 1º de julho. Sendo assim, os resultados combinados serão divulgados a partir do 3T22.

    Operacional

    A surpresa positiva do trimestre foi a forte adição de frota, que totalizou 22.300 carros, enquanto no primeiro trimestre, a adição de frota reportada foi de 4.124 veículos. O forte volume de carros comprados (41 mil) ficou bem acima da nossa expectativa. Por outro lado, 76% dos carros comprados foram alocados no RAC, somado ao aumento do preço médio do veículo comprado, nos indica que o mix comprado não é majoritariamente composto por carros de entrada.

    RAC

    No segmento de RAC, apesar de um aumento no número de diárias, houve queda na receita devido à diminuição na diária média quando comparada ao primeiro trimestre desse ano, respeitando o efeito sazonal. O segmento apresentou leve queda nas margens na comparação trimestral, passando de uma margem EBITDA de 57,1% no 1T22 para 55,2 no 2T22, também afetado pela mobilização de mais de 30 mil carros. A frota no segmento finalizou o trimestre com 235 mil carros, resultando em uma adição de mais de 15 mil veículos.

    GTF

    O segmento de terceirização de frotas finalizou o trimestre com uma adição de 6.221 carros em relação ao 1T22, finalizando o período com pouco mais de 80 mil carros. A receita também apresentou ligeira alta trimestral devido ao aumento no volume e tarifa. A companhia mencionou que seu backlog no segmento segue alto e pronto para capturar o movimento de migração para aluguéis de veículos, resultado de um aumento no preço dos automóveis, o que reforça a nossa tese de que o mix de compra não é composto por carros de entrada.

    Seminovos

    Por fim, o segmento de seminovos finalizou o semestre com 18.862 carros vendidos, um aumento de 30% com relação ao primeiro trimestre, e com um ticket médio por carro minimamente superior ao 1T22, o que nos mostra que a empresa ainda possui um estoque grande de carros mais velhos a serem vendidos, o que de certa forma ainda alivia sua depreciação consolidada. Nossa expectativa é de estabilização da velocidade de queda do preço dos veículos seminovos.

    Unidas

    Conforme mencionamos, o resultado de Unidas e Localiza ainda foi reportado separadamente nesse trimestre, falaremos brevemente de alguns destaques a seguir.

    RAC: Na comparação anual, o número de diárias no RAC apresentou uma alta de 9%, passando de 4,5 para 4,9 milhões. A tarifa média subiu ligeiramente (42%), passando de R$ 73,2 para R$ 103,9. O ponto negativo do segmento de locação foi a taxa de ocupação, que caiu 6,2 p.p, passando de 86% para 79,8%. Por fim, a receita líquida reportada foi de R$ 470 milhões, um aumento substancial de 55% em relação ao 2T21.

    GTF: O segmento de terceirização de frotas finalizou o trimestre com 132 mil carros, uma alta de 25,2% na comparação anual. O encerramento de contratos antigos e a operacionalização de novos contratos ajudou na manutenção de tarifas, que subiu 15% na comparação anual, enquanto o número de diárias subiu 28%. A receita líquida reportada foi de R$ 637 milhões, representando um aumento de 46% a/a. Por fim, o segmento apresentou uma receita futura contratada de R$ 1,4 bilhões, nos mostrando que a tendência para aluguel de frota segue resiliente.

    Seminovos: Apesar do menor número de veículos vendidos, o aumento do nível de preços com relação ao ano passado fez com que o preço médio de venda de seminovos aumentasse 15%. Com isso, o balanço entre volume baixo e preço alto fez com que a receita do segmento permanecesse estável.

    Seguimos confiantes de que a empresa irá capturar sinergias da fusão de maneira rápida, seguimos com recomendação de COMPRA e preço alvo de R$ 65,00.

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