Na semana passada organizamos uma reunião com Jean Pablo de Mello, CFO da Lojas Quero-Quero, e o time de RI da companhia, junto a investidores. Neste relatório, trazemos os principais pontos discutidos e alguns insights da reunião. Vale ressaltar que os pontos discutidos não devem ser considerados como guidance formal, a companhia manterá o mercado atualizado quanto a isso.
Destaques da reunião
Perspectivas para 2024. A expectativa para 2024 é de um cenário ainda desafiador, com a possibilidade de uma retomada gradual. A companhia espera um ano difícil no início, mas com potencial de recuperação e melhores resultados ao longo do ano, a depender do ritmo de recomposição da renda dos consumidores e como a recuperação econômica ocorrerá.
Objetivos estratégicos. Frente ao cenário atual, o executivo destacou que a companhia tem conseguido atingir seus dois objetivos principais: (i) foco no fluxo de caixa e consequente controle do endividamento e (ii) controle da inadimplência. Estes devem continuar sendo os principais objetivos ao longo do próximo ano.
Deflação e impactos. O CFO destacou que a pressão atual sobre o Same Store Sales (SSS) vem, majoritariamente, da dinâmica de deflação da categoria, com apenas uma leve queda de volume nos últimos trimestres. A deflação ficou na faixa de 2% a 4%, aumentando ao longo ano, mas mantendo-se em um dígito baixo, e a expectativa para o 4T23 é de um impacto semelhante ao 3T23, sem mudanças significativas na tendência. Pensando em 2024, não há visão de uma reversão imediata, porém, com uma estabilização, o efeito da deflação tenderia a ser menor do que foi esse ano.
Alavancagem operacional. Em um contexto de retomada econômica, o executivo destacou que ganhos de margem devem vir de uma maior diluição das despesas. A companhia já realizou um relevante trabalho de controle de despesas com vendas, de modo que os ganhos de rentabilidade daqui para frente devem vir de um maior nível de alavancagem operacional. Considerando a capacidade atual, ele estima que a rede poderia estar vendendo mais do que vende hoje – sem grandes impactos adicionais em termos de custos. Daqui para frente, o objetivo é recuperar os níveis de venda pré-pandemia para alcançar novamente a margem que tinha anteriormente.
Serviços financeiros. Atualmente, a penetração do cartão de crédito próprio nas vendas do varejo caiu para cerca de 54% (vs. ~60% em 2019) devido a adoção de um posicionamento mais conservador na concessão de crédito. A empresa ainda continua sendo mais restritiva na operação de crédito, buscando evitar perdas substanciais no médio prazo – a visão atual é de estabilização na concessão de crédito, sem mudanças drásticas previstas para o 4T23 ou 1T24. As originações podem aumentar à medida que a situação econômica se estabilizar, permitindo um posicionamento mais flexível e um potencial aumento da penetração do cartão próprio.