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    Publicado em 09 de Novembro às 18:06:48

    MARISA (AMAR3) | 3T21: tri com bons resultados, mas futuro requer cautela!

    Os resultados do tri foram superiores ao consenso. A receita de R$ 655,8 milhões ficou 8,75% acima das expectativas de mercado e em linha com o esperado pela Genial. As operações de varejo melhoraram em relação ao tri anterior, mas ainda não se recuperaram em relação aos níveis pré-pandemia com queda de receita de 3,7% (vs. 3T19) e fluxo nas mesmas lojas de -0,8%, pois a empresa sofre com um cenário macro mais desafiador e com o formato híbrido de trabalho que reduz fluxo nas lojas de rua.

    O que chama atenção é o EBITDA ajustado de R$ 73,0 m puxado pela boa performance da MBank. Aliás, o EBITDA ficou muito acima da expectativa de mercado de R$ 30 m. Além disso, a empresa conseguiu reverter o prejuízo do tri anterior e gerou um lucro de R$ 44,4 m, mas por conta de um benefício fiscal, pois sem ele ainda teríamos uma situação de prejuízo de R$ 45,7 m, o que representaria uma melhora de 23,1% t/t quando o prejuízo foi de R$ – 59,5 milhões.

    Operações varejo em corda bamba

    As operações de varejo requerem cautela. Natural que o gap em relação à 2019 tenha melhorado em relação ao tri passado por conta da maior flexibilização da pandemia, mas os níveis das operações pré-pandemia ainda não foram atingidos. A receita líquida apresentou uma queda de 3,7% (vs. 3T19) e o fluxo nas mesmas lojas ficou em -0,8%. O cenário que se desenha para o futuro é desafiador com perspectivas de alta de inflação, que corrói o poder de compra do público-alvo da companhia (C e D), mais volátil às adversidades econômicas. Outro ponto que impacta negativamente a performance das lojas é a queda no fluxo de pessoas em loja de rua por conta da adoção do modelo de home-office. Acreditamos que este modelo constituirá uma mudança estrutural de longo prazo, impondo cada vez mais desafios às operações da companhia. O digital segue performando bem, atingiu 12,3% das vendas totais, uma leve queda de 1,9 p.p. em relação aos 14,4% do tri passado, por conta da retomada do fluxo em lojas frente ao arrefecimento da pandemia, mas tem potencial de alavancar ainda mais com a expansão do marketplace.

    Esperávamos uma leve melhora da margem bruta, mas a compressão de custos em agosto fez com que a companhia tivesse uma margem bruta de 42,4%, uma queda de 300 bps em relação ao 3T19. Houve ganho de eficiência nas despesas gerais e administrativas com redução nominal de 14,3% por conta de automação de processos e da adoção parcial do home office. Apesar dos esforços em conter a margem bruta e reduzir cada vez mais as despesas operacionais, o EBITDA ajustado pró-forma ficou em R$ -29,5 milhões, uma piora de 14,78% a/a por conta da demora na retomada das vendas. Vale ressaltar que as lojas Marisa opera sobretudo com custos fixos, e o aumento das vendas permite uma maior diluição dos custos.

    Qual a saída?

    O operacional do varejo da companhia está bem fragilizado. A companhia tem a capacidade de contornar essas adversidades mercadológicas através de um bom operacional, mas para isso ela precisa investir no seu parque de lojas, que não é reformado faz algum tempo. O follow on de cerca de R$ 515,6 milhões realizado em 2019 com essa finalidade, acabou sendo utilizado durante a pandemia para dar liquidez às operações. Atualmente, a companhia possui uma nova loja conceito no shopping D. Pedro em Campinas que tem performado bem e tem tido alta aceitação dos clientes. E esse novo formato vai ser expandido para lojas ícones em 2022, ano em que a companhia também pretende retomar a expansão em shoppings, mas ainda não tem um número concreto de reformas e novas aberturas, o que faz do futuro cauteloso. Para o final deste trimestre, reinaugurarão 4 lojas-piloto em SP e para saber se essas lojas terão um bom desempenho quanto a de Campinas, é preciso ficar de olho.

    MBank – a galinha dos ovos de ouro

    A reestruturação recente do MBank foi frutífera pois a parte financeira do negócio apresentou ganhos significativos de EBITDA puxando o resultado para cima. Há uma recuperação continua das carteiras e o EBITDA do trimestre encerrou em R$ 42,3 milhões ante a R$ 24,6 milhões no 3T19, superando os níveis da pandemia. A única cautela que se deve ter é em relação aos inadimplentes, pois os indicadores do mês de agosto e setembro sinalizaram uma leve tendência de alta

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