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    Publicado em 21 de Janeiro às 01:35:17

    Perspectivas Marisa em 2022 (AMAR3): Não olhe para cima, ainda!

    A recente subscrição da companhia deu o que falar e no dia após o anúncio as ações subiram impressionantes 15,75%! Mas não tardou muito para que os papéis acumulassem queda e então, desde aquele dia, os papéis já caem 22%. Então, será que essa seria uma boa hora de entrar nos papéis da AMAR3?

    Acreditamos que por mais que a companhia tenha sido bem sucedida na recente subscrição, o momento atual é de cautela e, por isso, o preço-alvo estipulado para a companhia em 2022 é de R$ 3,90. Com um pequeno upside de 21% recomendamos MANTER as ações e enxergamos que o principal valor está no longo prazo, quando a companhia irá investir mais em suas operações diante de maior clareza do cenário econômico e do desenrolar da pandemia. Importante ressaltar que no preço-alvo não está embutido nenhuma transação de M&A.

    Economia de 2022 não ajuda o consumo

    O cenário macroeconômico para 2022 é desafiador, pois diante de uma eleição acirrada e da fragilidade do teto de gastos, a economia ainda passa por uma crise sanitária e a perspectiva é de alta taxa de juros e uma inflação ainda acima da meta estipulada pelo governo. O que acaba por desestimular o consumo e a venda de crédito, sobretudo das classes C e D (público-alvo da companhia).

    Avanço do endividamento exige cautela diante de tantas incertezas

    Em 2019 a companhia realizou um follow on de R$ 515,6 milhões para ajudar no pagamento da dívida e reforçar o capital de giro, entretanto, com a chegada da pandemia, esse recurso foi utilizado para dar liquidez às operações. A dívida foi rolada e atualmente cerca de 56% da dívida vence em um ano. A capacidade de honrar os empréstimos e financiamentos com recursos imediatos (caixa) foi caindo frente à fragilidade operacional que a companhia passou nestes 2 anos de pandemia.

    Assim, diante de tantas incertezas que paira em 2022, espera-se que a companhia seja mais cautelosa em relação aos investimentos, sobretudo neste primeiro semestre. Por isso que, apesar da companhia ter sido bem sucedida em sua estratégia de subscrição com a captação de R$ 206 milhões, neste primeiro trimestre, acreditamos que esses recursos serão utilizados como reservas de emergência caso haja alguma surpresa relativa à economia ou à própria pandemia. Os investimentos virão no segundo semestre, quando outra subscrição de no máximo R$ 250 milhões será feita e maior certeza se terá do cenário macroeconômico.

    O consumidor está mais exigente e o mercado mais competitivo

    A digitalização do consumo deixou o consumidor mais exigente e aumentou a competição do mercado de vestuários, pois diante da popularização da estratégia omnichannel, as companhias precisam oferecer uma experiência fluída entre as lojas física e o digital, além de assegurar o elevado nível de serviço em ambos os canais. Mas, atualmente, as operações da Marisa carecem de investimentos tanto na parte física quanto na parte digital, o que dificulta uma posição de destaque perante aos demais competidores como Pernambucanas, C&A, Renner, Riachuelo e SHEIN.

    Lojas de rua ainda vão apresentar problemas de fluxo

    Atualmente com 344 lojas presentes em todo o território nacional, o parque de lojas da companhia se divide em lojas de shopping center (52%) e lojas de rua (48%). As lojas de rua se localizam sobretudo em grandes centros comerciais e elas estão sofrendo um problema de fluxo desde a pandemia, pois por conta da adoção do home office esses centros não têm recebido o mesmo fluxo como antes.

    Diante da recente alta de casos da Covid-19 e da adoção cada vez maior do home office, estimamos que esse fluxo ainda se mantenha comprimido em 2022 (vs 2019), impactando negativamente a venda por m².

    O grande valor a ser destravado está no longo prazo

    O grande valor a ser destravado está no longo prazo, pois à medida que houver alivio da crise econômica e sanitária é esperado que a companhia faça investimentos mais agressivos no digital e nas lojas física, com novas aberturas e reforma do parque para o novo modelo presente no shopping Parque D. Pedro em Campinas, que tem tido uma alta aceitação dos clientes. Vemos ainda uma melhora nas operações da MBank que recentemente passou por uma reestruturação para atender as demandas do digital.

    Essa expansão das operações deve vir acompanhado com um leve aumento de margem resultado dos ganhos de eficiência relativos à automação dos processos, adoção do home office, além de uma política mais assertiva na gestão dos estoques.

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