O Mercado Livre divulgou seus resultados no dia 01/08, após o fechamento do mercado, apresentando um desempenho forte, superando as estimativas do consenso, com uma receita consolidada de US$ 5,1b (+17,1% t/t; +45,1% a/a), destacando-se pelo crescimento robusto no e-commerce e na fintech. O GMV do e-commerce alcançou US$ 12,6b (+20,4% a/a; +11,3% t/t), impulsionado pelos desempenhos positivos no México e no Brasil, e a receita do e-commerce cresceu 53,4%, totalizando US$ 2,97b. Na fintech, a carteira de crédito expandiu 51% a/a, enquanto a receita aumentou 27,5% a/a, alcançando US$ 2,1b. O EBIT subiu 8,5% a/a para US$ 726m, embora a margem EBIT tenha diminuído para 14,3%. O lucro líquido mais que dobrou, atingindo US$ 531m, com uma margem líquida de 10,5%, favorecida pela redução do impacto cambial e uma taxa efetiva de impostos mais baixa. Além disso, observamos fatores positivos, incluindo melhorias logísticas (com a penetração de fulfillment no Brasil aumentando 8 p.p. a/a) e o crescimento de 19% a/a no número de compradores únicos e uma expansão de 9% a/a na frequência de itens por comprador. Sendo assim, seguimos com nossa recomendação de Compra e estamos aumentando o preço-alvo para R$100,00.
Análise do resultado
E-commerce
GMV acima das estimativas (+6,1% vs. Genial Est.)
O GMV do e-commerce foi de US$ 12,6b (+20,4% a/a; +11,3% t/t), impulsionado pelo desempenho no México e no Brasil, que cresceram 30% e 36%, respectivamente. Vale destacar que o crescimento no Brasil foi o mais alto desde o 2T21. Já a Argentina continua apresentando resultados insatisfatórios, com um crescimento de 252% a/a, em grande parte devido à inflação de 271,5%. Apesar dos resultados fracos, a operação está mostrando sinais de melhora, com um crescimento de 8% a/a no número de itens vendidos (após uma queda de 4% a/a no 1T24).
Take-rate apresenta crescimento de 5,1p.p a/a
O Mercado Livre apresentou um take-rate de 23,5% (+1,5p.p t/t; +5,1p.p a/a), ligeiramente abaixo das nossas estimativas (-0,27p.p vs. Genial Est.), devido a uma performance melhor na Argentina do que esperávamos. Os principais drivers do crescimento foram o aumento da penetração do Meli Ads e o menor share da receita da Argentina na receita total.
Receita do e-commerce apresenta crescimento de 53% a/a
Com o aumento de 20,4% a/a e o incremento de take-rate de 5,1p.p, a empresa apresentou um crescimento expressivo de receita de 53,4%, atingindo US$2,97b (+4,8% vs. Genial Est.).
Fintech
Portfolio de crédito acelera crescimento (51% a/a)
A carteira de crédito atingiu US$4,9b, apresentando um crescimento de 51% a/a, com os cartões de crédito liderando, com um aumento de 146% em relação ao ano passado. Apesar de os cartões de crédito serem tradicionalmente produtos com menor NIMAL e apresentarem crescimento acelerado, a saúde da carteira permanece estável (-1,1p.p NPL 15-90).
TPV cresce 37% a/a impulsionado pelo off-platform
A companhia apresentou um TPV de US$ 46,3b (+13,8% t/t;+36,6% a/a), em linha com nossas expectativas (+2,2% vs. Genial Est.). O TPV de adquirência atingiu US$33,7b (+24% a/a) impulsionado pelo off-platform (26% a/a) e com a Argentina apresentando crescimento em USD. O Brasil e o México representam mais de 60% do TPV de adquirência, enquanto implementam com sucesso uma estratégia de avanço para o mercado de alto valor.
Receita de fintech cresce 27,5% a/a
Com o forte crescimento tanto do portfolio de crédito e do TPV a receita de fintech apresentou um forte crescimento de 27,5% a/a, atingindo US$2,1b em linha com nossas estimativas (+2,3% vs. Genial Est.).
Consolidado
Receita consolidada cresce 41,5% a/a
O Mercado Livre reportou uma receita consolidada de US$ 5,1b (+17,1% t/t; +45,1% a/a), alinhada com nossas estimativas (+3,7% vs. Genial Est.), com crescimento robusto em ambos os segmentos, como detalhado acima.
EBIT cresce 8,5% a/a com pressão na margem
A empresa reportou um EBIT de US$ 726m (+37,5% t/t; +8,5% a/a), com uma margem de 14,3% (-4,4p.p a/a). Se não considerássemos a reclassificação contábil, a margem teria sido de 15,1% (-1,2p.p a/a). Embora a margem bruta tenha melhorado em 1,1p.p a/a, a margem EBIT apresentou queda devido à menor receita de juros (principalmente na Argentina) e ao aumento das provisões em função do crescimento da carteira de cartões de crédito.
Lucro líquido dobra a/a
A companhia divulgou um lucro líquido de US$ 531m (+54,4% t/t; +102,7% a/a), superando amplamente nossas expectativas (+14,9% vs. Genial Est.). A margem líquida atingiu 10,5%, expandindo 3,16p.p, impulsionada pela redução do impacto cambial e uma taxa efetiva de impostos mais baixa.