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    Publicado em 10 de Maio às 17:21:53

    Magazine Luiza (MGLU3) | Prévia 1T23: Ação sobe 65% em 2023, ‘voo de galinha’ ou recuperação?


    Destaques do relatório:

    • O 1T23 deve mostrar uma dinâmica de crescimento em todos os canais do Magalu;
    • Esperamos ver maiores pressões na margem bruta, com impacto do Difal no período;
    • Menores níveis de despesas devem mais do que compensar o carrego negativo da margem bruta;
    • Prejuízo líquido e consumo de caixa são dinâmicas esperadas para o trimestre, dada o alto nível de juros e sazonalidade de capital de giro.

    Normal is the new normal

    Este trimestre deve trazer insights sobre o “novo normal” o varejo e-commerce, dado o evento de recuperação judicial da Americanas no período. Ao nosso ver, os grandes players (Via, Magazine Luiza e Mercado Livre) não fizeram um approach agressivo para capturar a fatia de mercado da recuperanda – fatia essa composta por venda incentivada (via cashbacks e descontos) e compra por impulso. Parte desse mercado “se perde” no caminho.

    A migração de GMV 1P on-line e GMV 3P para outros players não acontece de forma tão trivial e imediata. Vale lembrar, também, que, apesar da forte desaceleração de vendas (que em fevereiro atingiu pouco menos da metade da média mensal de 2022), as operações da Americanas ainda continuam em pé.

    Após o arrefecimento da inflação LTM somado às expectativas do mercado de uma queda da taxa Selic ainda em 2023 (não é o nosso cenário base), finalmente enxergamos o mercado convergindo as ações de Magazine Luiza ao valor justo. MGLU3 é ação é a que mais sobe no Ibovespa em 2023, acumulando uma alta de +65% no ano e de quase 28% nos últimos cinco pregões.

    Reiteramos a nossa recomendação de MANTER as ações de MGLU3, com preço-alvo 2023E em R$ 5,00, o que confere um potencial de 17% em relação ao último preço negociado (10/mai). Empresa irá reportar os seus números do trimestre na segunda-feira (15/mai).

    Os dois canais devem mostrar crescimento de duplo dígito

    Lojas físicas

    A companhia deve mostrar mais um forte trimestre para o canal físico, impulsionado por um maior faturamento no evento de “Liquidação Fantástica”, com as vendas de estoques de Natal em uma espécie de 2ª Black Friday para a varejista. Projetamos um GMV de Lojas físicas de R$ 4,37 bilhões (+10,9% a/a). A maior contribuição de vendas deve vir de mesmas lojas, considerando que não houve aberturas relevantes nos últimos 12 meses. Estimamos um Same Store Sales (SSS) de 8,3% a/a.

    Digital

    A partir de agora, o digital do Magalu cresce a partir de uma base normalizada, pois, vale lembrar que o resultado do 1º trimestre de 2022 já consolida as vendas da KaBuM!, adquirida ao final de 2021.

    Em relação ao canal digital, esperamos que o Magazine Luiza apresente um trimestre com performance superior ao consolidado pela Via (ex Via Varejo) no período, crescendo no GMV 1P e também GMV 3P –  o que deve levar a um maior ganho de market share no período.

    Contudo, apesar de crescer em Volume de Vendas e de rentabilizar melhor o canal de marketplace (com um Take-rate próximo a 15% Est. Genial), o descompasso entre o repasse do DIFAL ICSM da varejista para o consumidor deve fragilizar, momentaneamente, a rentabilidade do digital.

    Em nossa estimativa, o GMV Digital deve crescer 16,6%, a R$ 11,87 bilhões (GMV 1P de R$ 7,33 bilhões e GMV 3P de R$ 4,55 bilhões). A maior contribuição deve vir do canal de marketplace, que deve crescer acima de 20% no período.

    Consolidado

    Consolidando a receita, com um crescimento de duplo dígito nos dois canais, mas sofrendo um impacto do DIFAL ICMS, estimamos uma receita líquida de R$ 9,56 bilhões (+9,1% a/a).

    Maiores custos, mas compensando em despesas

    Esperamos que o Magalu incorra em maiores custos neste trimestre, dado o descompasse do DIFAL e investimento de preço no evento Liquidação Fantástica. Em nossa estimativa, a companhia deve reportar um lucro bruto de R$ 2,56 bilhões (+5,2% a/a) e uma queda de -100bps em margem bruta, a 26,8%.

    Apesar do carrego negativo em margem bruta, acreditamos que o efeito para o EBITDA seja compensando por dois efeitos: (I) maior alavancagem operacional, dado o crescimento de receita no período; e (II) redução de despesas fixas, considerando o enxugamento de portfólio de lojas e pessoal em 2022. Projetamos um EBITDA aj. de R$ 505 milhões (+15,2% a/a) e uma margem EBITDA de 5,3% (+30bps a/a).

    Prejuízo é inevitável

    Apesar de enxergarmos um ótimo trabalho na manutenção de rentabilidade operacional a/a, Magazine Luiza deve reportar um prejuízo líquido de R$ 191 milhões (-17,6% a/a) e uma margem líquida negativa em 2,0%.

    Com uma alavancagem financeira (DL/EBITDA aj.) de 4,2x, visão inc. arrendamento e exc. recebíveis, a companhia deve ser mais uma vítima do alto patamar de juros, que incorre em maiores encargos de dívidas financeiras e arrendamento. Também, esperamos ver maiores pressões em antecipação de recebíveis no período.

    Em relação à originação de crédito, acreditamos que a carteira apresente um ritmo parecido com o do 4º trimestre, crescendo próximo a 5,0% t/t. Segurando a mão na concessão de crédito, projetamos um PDD e Over 90 estáveis na visão sequencial.

    Em nossa visão, assim como o prejuízo líquido, é inevitável, acreditamos que o consumo de caixa também é uma dinâmica a esperar para o trimestre, dada a sazonalidade de pagamento de fornecedores no 1º trimestre do ano. Contudo, esperamos um consumo em menor nível ao observado no mesmo período de 2021, dada o menor nível de estoques.


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    Via (VIIA3) | Resultado 1T23: O operacional está ‘redondo’, mas o financeiro não ajuda

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