A Minerva e a BRF reportam seus resultados do 4T21 na semana que vem, e preparamos esta prévia com os principais números que esperamos das empresas e comentários do porque que esperamos tais números.
Minerva
Esperamos que a Minerva tenha o seu 4T21 muito similar ao que vimos no 3T21, isso porque o cenário permaneceu muito parecido durante o segundo semestre de 2021. Uma das principais diferenças foi a proibição da China de importar carne bovina do Brasil, embargo que perdurou basicamente o trimestre inteiro e deve afetar negativamente a operação do Brasil da Minerva, pois a China é historicamente responsável por mais de 50% da receita de exportações da Divisão Brasil.
Estimamos uma receita líquida de R$ 6,8 bilhões para o trimestre, representando um avanço de 13,3% na comparação com o 4T20. Mesmo sem poder exportar para a China através do Brasil, os preços do gado continuaram em forte alta (acima de R$ 280/arroba) durante o período, o que afeta diretamente o preço da carne e a Minerva também teve espaço para exportar para outros mercados (como os EUA, que deve agregar para algo mais relevante na receita). Além disso, a companhia ainda conseguiu exportar para a China através da sua Divisão Athena (operação presente na Argentina, Uruguai e Paraguai), que é responsável por cerca de 50% da receita total – nesse trimestre, o número deve chegar próximo dos 60%. Projetamos uma margem EBITDA de 8,7%, estável em relação ao 3T21 e um recuo de -2,1 p.p. em relação ao 4T20, justificado pelos preços elevados do boi gordo tanto no Brasil quanto nos demais países em que o a empresa atua.
BRF
O momento da BRF segue desafiador por conta da alta exposição ao mercado brasileiro, com uma pressão nos custos da empresa vindo por questões inflacionárias e altos preços das principais commodities que compõem os custos da empresa (principalmente o milho e a soja, que são usados como ração para os animais). Contudo, esperamos ver um aumento nas vendas principalmente por conta da sazonalidade – o período de final de ano (natal, réveillon, festas) no Brasil é historicamente muito bom em termos de vendas para a companhia.
Uma situação um pouco mais favorável nos lida a estimar um avanço de 14,5% a/a no EBITDA da empresa, chegando a R$ 1,8 bilhão esperado no 4T21, implicando também um avanço de 0,7 p.p. em sua margem EBITDA a/a. Isso também se deve a uma base comparativa mais fraca, dado que no ano passado a empresa teve resultados relativamente fracos no período. O 4T21 deve trazer um alívio na última linha da empresa também: o lucro líquido, que esperamos atingir R$ 612 milhões, revertendo um prejuízo do 3T21 porém ainda representando uma queda na comparação com o mesmo período do ano anterior, de -31,7%. Isso se deve majoritariamente ao cenário mais desafiador na Ásia, com preços ainda muito elevados e pressões de custos logísticos persistentes.